Pontes quebradas e outras em iminência de cair com as chuvas estão isolando as pousadas ao longo da MT-060, mais conhecida como Transpantaneira, que liga o município de Poconé à localidade de Porto Jofre. A situação é tão precária que os proprietários dos hotéis estão fechando os empreendimentos neste período de cheia ou cancelando eventos de final de ano.
As pousadas localizadas após o km 60, depois do Pixaim, sofrem ainda mais com a precariedade da rodovia que necessita urgentemente de escascalhamento e que a estrada seja levantada para não ficar submersa. Para se chegar a Porto Jofre nesta época do ano é necessário usar veículos com tração nas quatro rodas.
Um caminhão caiu há uma semana no caminho próximo ao Porto Jofre, não houve morte, mas o perigo de que o mesmo ocorra com trabalhadores ou turistas é iminente. Proprietário da Pousada Rio Claro, João Michel Rondon Leria comentou que uma ponte já esta destruída, em outra o desvio tem que ser feito pela lateral, na parte debaixo, contudo, como o pantanal está no período de cheia, o local está alagado. Não passam carros de passeio e ônibus, apenas veículos traçados. “Muitos turistas estão cancelando a vinda, já perdemos vários grupos. Estamos no km 45 e a situação está muito ruim e praticamente sem acesso. Se em dezembro a situação esta desse jeito, imagina em janeiro quando chove muito mais. Até abril, no final da cheia, a situação será complicada”.
Michel destaca que uma das primeiras pontes na entrada da Transpantaneira esta bem torta e as suas bases sofrem com a pressão dos aguapés. É uma questão de tempo e do clima para que a estrutura seja levada pelas águas. O proprietário da Pousada Canto do Arancuã, Cássio Campos, desistiu de fazer a festa de Reveillon em sua pousada diante da dificuldade de acesso. “Além desse problema, no final de semana tivemos oscilação de energia, levei prejuízo e até hoje não foram lá resolver o problema.
Tanto brasileiros quanto estrangeiros querem ser bem atendidos e quando decidem fazer turismo de aventura, querem infraestrutura.
Alguns ficam com medo, e com razão, de cair nessas pontes. Essa situação é uma tragédia anunciada e não sei o que o governo está esperando acontecer para reagir e fazer alguma coisa”. Ele destaca que as principais reivindicações do trade de turismo era de que as estradas e as pontes fossem concluídas este ano. A rodovia tem 147 km de extensão e 122 pontes, contudo, apenas duas são de concreto.
Há nove meses, quando a equipe de reportagem esteve na Transpantaneira para mostrar os preparativos para a Copa do Mundo, a informação oficial era de que a obra de substituição de 118 pontes de madeira por concreto teria início em abril com previsão de conclusão em dezembro.
Contudo, o que há na estrada são as placas indicando que a obra foi licitada e o custo para execução dos dois lotes. “O projeto foi aprovado pelo BNDES, mas o dinheiro ainda não foi liberado”, comenta o secretário estadual de Turismo, Jairo Pradela.