O veículo especial que transporta um rotor que será instalado na Usina Hidrelétrica Teles Pires concluiu, ontem, a travessia do trecho sob concessão da Rota do Oeste. O equipamento chegou à BR-163 pelo trevo do Lagarto, em Várzea Grande, vindo de Cáceres pela BR-070, no dia 23 de novembro e levou 11 dias para chegar a Sinop, em um trajeto de cerca de 450 quilômetros. Até seu destino final, em Paranaíta, faltam ainda 346 quilômetros.
Na passagem pelo trecho de concessão, a empresa realizou uma operação especial para acompanhar diariamente o deslocamento do rotor. Um veículo equipado com GPS foi disponibilizado para seguir todo o trajeto ao lado do rotor, até o km 855 da BR-163, em Sinop, enviando informações em tempo real para acompanhamento remoto no Centro de Controle Operacional da concessionária.
Para garantir a segurança do equipamento no trajeto e dos usuários da rodovia que transitavam pelo local, além do monitoramento a Rota do Oeste fez um estudo de toda a rodovia. “Elaboramos um planejamento minucioso ao lado da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para viabilizar o transporte do rotor. Além disso, fizemos uma análise das pontes, viadutos e outras estruturas no trajeto, garantindo a passagem do veículo nestes locais com toda segurança”, ressaltou o diretor de Operações, Fábio Abritta.
A previsão era que o equipamento levasse 12 dias para ‘caminhar’ todos os 450 quilômetros do trecho concedido. Como não ocorreram imprevistos, o cronograma foi adiantado em um dia.
De Cáceres, onde foi desembarcado, a Paranaíta, o transporte poderá levar até 30 dias. Pela grandiosidade da carga é necessário um veículo especial, com dois caminhões para o deslocamento do rotor, que tem oito metros de diâmetro e cinco de altura. Pelo tamanho da peça, é necessária a ocupação de toda a via para locomoção.
Por conta disso, a empresa Alstom, fabricante da peça, realiza uma operação especial para o transporte. O veículo trafega pela BR-163 durante duas horas, em uma média de 15 km por hora. Neste período, a rodovia é interrompida nos dois sentidos. Após isso, o tráfego é liberado durante uma hora para aliviar o represamento de veículos. A média de deslocamento do veículo, em casos onde não há ocorrências, é de 50 quilômetros por dia, sempre trafegando entre 8h e 17h.
O primeiro rotor da UHE Teles Pires passou pela BR-163 no mês de maio, e chegou a Paranaíta no início de junho. O equipamento, chamado Francis, é o maior já produzido para usinas hidrelétricas da América Latina, ultrapassando as dimensões de Tucuruí e Itaipu. Para chegar à Usina, ele sai de Taubaté, no interior de São Paulo, e passa pelo porto de Santos, seguindo pelo mar até o porto de Montevidéu, no Uruguai, para depois embarcar em uma balsa pela Hidrovia Paraguai-Paraná até Cáceres. Na sequência, ele segue por terra, começando pela BR-070 e depois pela BR-163.
Outros dois equipamentos como este serão encaminhados pela Alstom para o Usina, completando cinco rotores.