O juiz da 5ª Vara Federal Jefferson Schneider determinou que oito servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em Mato Grosso sejam afastados. Ele deferiu pedido do Ministério Público Federal, em desdobramento da operação Lao, desencadeada pela Polícia Federal em abril, que apontou a movimentação irregular de quase R$ 1,3 milhão entre 2010 a 2013, argumentando que poderiam interferir nas investigações.
Na sentença, o magistrado destacou: “permitir a manutenção dos réus no exercício de suas funções institucionais contribuiria decisivamente para que novos delitos fossem cometidos, especialmente porque, permanecendo em seus cargos, os acusados continuarão ter acessos a recursos públicos e, por conseguinte, ao mesmo cenário fático que supostamente oportunizou o cometimento dos ilícitos que lhe foram imputados na denúncia e em seu aditamento”.
Conforme Só Notícias já informou, na operação foram expedidos seis mandados de prisão, dois de condução coercitiva e 15 de busca e apreensão em Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis, Cáceres, Pontes e Lacerda e Santo Antônio de Leverger. Foram apreendidos R$ 156 mil em dinheiro e cerca de 2 mil dólares, em uma residência em Rondonópolis.
O “esquema” ocorria por meio de desvios de recursos públicos por meio do uso irregular de Cartões de Pagamento do governo federal. As prestações de contas eram fraudadas através de saques irregulares, recibos inidôneos (favorecidos que não prestam o serviço descrito ou mortos), dados de veículos incompatíveis com a base de dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), notas fiscais frias, montagens de prestações de contas de servidores diversos por uma mesma pessoa e falsificação de assinaturas dos servidores responsáveis pela concessão e aprovação dessas prestações.
No decorrer dos trabalhos, segundo a PF, evidenciou-se, que os servidores do IBGE compartilham os mesmos prestadores de serviço (pessoas físicas e jurídicas), supostamente falsos, independentemente da localidade onde estão lotados ou do local onde informam terem realizado a despesa.
O nome da operação é uma referência ao personagem do filme “As sete faces do Dr. Lao”, no qual um chinês, mestre dos disfarces, interpreta sete personagens diferentes. Cerca de 70 policiais federais e 10 auditores da CGU participam da operação.