Quatro radares passaram a funcionar na Serra do Mangaval, na BR-070, este mês e o número de acidentes já diminuiu no período de 15 dias. O local receberá outros dois equipamentos de fiscalização de velocidade. O trecho tem cerca de três quilômetros e concentra alto número de registros de sinistros, com mortes, em decorrência da imprudência praticada pelos motoristas, afirma o inspetor da Luiz Antônio Filiagi, da 3ª Delegacia da Polícia Rodoviária Federal de Cáceres.
Os aparelhos foram posicionados antes e depois da Serra e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) prevê o funcionamento de mais dois na metade do trecho. A velocidade máxima permitida para motoristas que seguem de Cuiabá para Cáceres é de 80 km/h. No sentido oposto é de 60 km/h.
O Dnit anunciou a instalação dos radares em julho, após consecutivos acidentes com vítimas fatais. Este ano, ocorreram 40 sinistros na BR-070, com 17 feridos graves e seis mortos. Em um dos casos, uma carreta desgovernada, carregada de madeira, atingiu 11 carros que estavam parados em uma fila devido a um outro acidente no mesmo trecho. Quatro pessoas morreram e 17 ficaram feridas.
Filiagi comenta que mesmo antes da instalação dos equipamentos existiam placas na Serra do Mangaval informando que a velocidade adequada para o trecho é de 40 km/h, uma vez que trata-se de local perigoso, principalmente no período chuvoso. Porém, era comum flagrar motoristas a mais de 100 km/h mesmo em dias de chuva. “Sabem do perigo, mas ignoram as placas e andam em velocidade mais que o dobro da recomendada. Com os radares, a redução de acidentes é significativa e normal nesse momento. Sempre que colocam fiscalização, os motoristas ficam mais cautelosos, não sabem se têm outros pelo caminho. Agora estão conhecendo o local. Como não sabem ao certo se existem outros e onde estão, andam mais devagar”.
Para o inspetor, a instalação dos equipamentos na metade do caminho da Serra é fundamental para que mantenha a diminuição de casos de sinistros. “Muitos acidentes acontecem por imprudência de quem está ao volante. A BR-070 é bem conservada e isso acaba contribuindo para que desenvolvam altas velocidades”.
Conforme Filiagi, relatórios da PRF demonstram que cerca de 70% das colisões em rodovias são frontais. Muitas provocadas em situações de ultrapassagem indevida ou forçada. A mudança no Código de Trânsito Brasileiro, que aumenta o valor da multa para quem comete esses tipos de infrações, tem como foco reduzir o número de óbitos nas estradas. Forçar passagem entre veículos que transitam no sentido oposto passará a custar R$ 1.915,40, contra os atuais R$ 191. O condutor também terá sua Carteira Nacional de Habilitação (CNH) suspensa por um ano.
As ultrapassagens indevidas flagradas vão refletir em pagamento de R$ 957,70. Em caso de reincidência, dentro de um período de 12 meses, esse valor será dobrado.