Investimentos em ocupação, eventos e espaços de lazer e cultura para moradores podem reduzir problemas de criminalidade nos bairros. Esta foi a conclusão de uma pesquisa realizada pelo grupo Pró-Valores e Real Dados. A coleta de dados foi em julho, na região do grande São Cristóvão, que engloba 10 comunidades. Foram ouvidas 127 pessoas com idade média de 38 anos e mulheres foram 47% dos entrevistados.
20% entrevistados reclamaram de problemas relacionados a falta de policiamento. 12% presença de viciados em drogas e assaltos e furtos (8%). Somadas, essas problemáticas representam 40% das reclamações conjuntas, de acordo com o diretor da Real Dados, Valdemir Alcântara.
O resultado da pesquisa pode ser útil às autoridades que poderão usá-lo como parâmetro para orientar a melhor forma de direcionar as ações do poder público. O bairro Menino Jesus, especificamente, teve como principal reclamação dos entrevistados a presença de usuários e traficantes de drogas. Já a maioria dos moradores do Sebastião de Matos indica que a ausência de policiamento torna o local perigoso para se viver.
O Menino Jesus, na opinião de 46% dos entrevistados, tem poucos espaços e eventos de lazer. Número que chega a 87% entre os moradores do Sebastião de Matos. “É assustador como a relação falta de segurança e falta de lazer também é alta no Sebastião de Matos. Observe que no São Cristóvão, especificamente, mais antigo e onde há eventos, as pessoas pediram mais asfalto, saúde e só depois aparece segurança”, esclareceu Valdemir.
O sociólogo e professor da Unemat, José de Souza Neto, afirma que por meio de programas de incentivo a cultura, esporte e lazer dentro dos bairros considerados mais violentos, é possível que haja queda da criminalidade.
“Toda vez que você ocupa um espaço público com escolas de teatro, dança, futebol ou outras modalidades, você dá ao indivíduo a oportunidade de se expressar. Com opções de atividades nasce a possibilidade de afastamento do crime, pois enquanto o jovem não está em sala de aula, está se divertindo, ocupando seu tempo de uma forma sadia ao invés de estar nas ruas praticando o que é ilegal”, complementa o sociólogo. Segundo Neto, o poder público, por meio da Secretaria de Cultura, pensando em uma conscientização em longo prazo, deveria levar escolas de entretenimento aos bairros.
A informação é da assessoria do Pró-Valores.