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Eleições adiam alguns investimentos, admite presidente do BNDES

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O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, admitiu hoje (6), na Fundação Getulio Vargas, no Rio de Janeiro, que devido às eleições de outubro alguns investimentos estão sendo adiados. “Houve uma certa redução do nível de consultas [ao banco], que é um reflexo disso. Há um pouco mais de incerteza, então isso se reflete no processo”. Esclareceu, porém, que o movimento não está relacionado a eventuais mudanças de pessoas ou nomes. “Faz parte do regime democrático. É a esse tipo de incerteza que eu estava me referindo”, reiterou.

Coutinho participou do seminário Desafios da Gestão Pública no Brasil e nos Estados Unidos, promovido pela Escola Brasileira de Administração Publica e de Empresas (Ebape), da FGV. Ele não quis comentar se os desembolsos do banco, este ano, vão ficar perto dos R$ 190,4 bilhões registrados em 2013. “Nós tivemos aqui alguns movimentos de expectativa de que o crédito e o mercado possam ajudar”, limitou-se a responder.

Ele considerou que é natural, no momento em que as taxas de juros ainda se encontram em patamar elevado, que esteja ocorrendo adiamento da emissão de debêntures (títulos de crédito a longo prazo, emitidos por empresas, com garantia de seu ativo) pelo setor privado. No seu entender, “o mercado está preparado, quer, procura os papéis". Mas "os empreendedores em circunstância de fazer emissão, no momento em que as taxas estão muito altas preferem fazer um pouco mais adiante, com custo mais baixo. É natural, é compreensível”.

Segundo o presidente do BNDES, esse adiamento na emissão de debêntures frustrou a expectativa do banco. “A gente esperava um volume de emissão maior do que de fato vai acontecer, o que reflete um pouco na questão do desembolso do ano”. A maior participação do setor privado vai permitir o compartilhamento do financiamento de longo prazo com o banco, disse. Coutinho sinalizou que a menor participação de debêntures poderá levar o BNDES a buscar outra forma de compensação. “Vamos ver”. Disse, porém, que o adiamento não tem nada a ver com eleição. “É uma decisão puramente financeira”.

Ele esclareceu que se o BNDES desembolsa recursos  com mais fontes de mercado, não há problema. “Problema é fonte TJLP [Taxa de Juros de Longo Prazo, utilizada pelo BNDES em suas operações]”. Os recursos do banco são oriundos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e do Tesouro Nacional, além de recursos captados no exterior e decorrentes do retorno de suas operações.

Coutinho confirmou que o banco vai participar do financiamento adicional para que as distribuidoras de energia elétrica banquem as despesas com a compra de energia no mercado de curto prazo. “Vamos participar com funding (fonte de recursos)  e condições de mercado equivalentes aos dos outros bancos”. Não serão recursos do Tesouro, nem do FAT, afiançou. Coutinho não quis dar prazo para a tomada de decisão do banco,  mas garantiu ter consciência da urgência do empréstimo para o setor.

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