Servidores da Santa Casa de Misericórdia reclamam mais uma vez do atraso no pagamento dos salários. Segundo uma enfermeira da instituição, que preferiu não se identificar os salários estão sendo depositados quando já está para vencer o próximo mês. Não é de hoje que a unidade sofre com problemas financeiros. Com 87% da unidade voltada para o Sistema Único de Saúde (SUS) e 13% para o atendimento privado, o hospital luta para vencer a 2ª crise financeira e não fechar as portas.
Os servidores alegam estar tendo a vida econômica prejudicada por causa dos atrasos constantes. “O salário que é para ser pago até o 10º dia do mês, está sendo depositado quase no vencimento do mês seguinte. Inclusive não recebemos até o momento o salário deste mês. Com isso nossas contas estão todas atrasadas e os juros correndo”, disse um técnico de enfermagem do hospital.
Segundo uma das enfermeiras o que mais revolta os funcionários é o descaso da administração da instituição. “Eles mentem para nós, dizem que o salário já está na conta, e quando nos deslocamos até o banco não tem nada na conta”.
Médico atuante na Santa Casa há 35 anos e atualmente presidente da unidade, Antônio Preza explica que a situação financeira da instituição é delicada. “Até pouco tempo estávamos prestes a fechar as portas, por falta de recursos para manter o atendimento a população. Realmente os salários estão sendo pago atrasados, porém estamos nos esforçando para não deixar de pagar os funcionários”.
Preza lembra que recentemente renovou um contrato com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Cuiabá, o que está ajudando a manter a receita. “O prefeito Mauro Mendes assinou um acordo comprometendo-se arcar com 30 novos leitos de retaguarda, no valor de R$ 322,5 mil. Além disso, o governador Silval Barbosa também se comprometeu a ajudar”.
Apesar da colaboração do Município e do Estado, o presidente da Santa Casa ressalta que o problema maior é o atraso no repasse do Governo Federal. “O Sistema Único de Saúde (SUS) só tem realizado o repasse do dia 20 em diante, o que consequentemente acarreta o atraso no salário dos funcionários. Infelizmente é uma situação que estamos vivenciando há algum tempo”.