Foi negado pelo governador Silval Barbosa (PMDB) o pedido de reconsideração feito pelo ex-policial civil Kleber Ferraz Albuês, 32 anos, que tentava reverter sua demissão do serviço público, cujo ato foi publicado no dia 2 de abril deste ano. Ele responde na Justiça pela morte e ocultação de cadáver do músico sinopense Thiago Festa Figueiredo, fato ocorrido em dezembro de 2012, em Cuiabá. Após ser acusado de ter participado dos crimes, Kleber foi alvo de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) instaurado pela Corregedoria da Polícia Civil e a demissão foi a punição apontada ao final do processo.
O ex-investigador tentava retornar aos quadros funcionais do órgão de origem com todos os direitos assegurados, inclusive os de caráter remuneratório. Contudo, o pedido de reconsideração foi analisado pela Procuradoria-Geral do Estado, através da procuradora Marilci Malheiros Fernandes de Souza Costa e Silva. Ela emitiu parecer pelo não acolhimento e pela manutenção da pena aplicada.
“Com efeito, ao analisar o parecer homologado pela Procuradoria-Geral do Estado, verifica-se que razão assiste a douta Procuradora do Estado ao recomendar o não provimento do apelo, posto que após acurado exame acerca de cada uma das teses apresentadas, bem como minucioso reexame de todas as provas carreadas nos autos, restou evidenciada a impossibilidade de realizar qualquer revisão na decisão atacada”, diz trecho da publicação que circulou no Diário Oficial do Estado desta segunda-feira (14). O ato é assinado pelo governador Silval Barbosa.
No processo criminal onde responde pela morte e ocultação de cadáver do músico, o ex-policial é acusado de ter privado a vítima Thiago Festa Fernandes de sua liberdade, mediante sequestro, através de internação em casa de saúde destinada a tratamento de desintoxicação (Clínica JKR), sem qualquer autorização familiar ou consentimento da própria vítima.
Consta na denúncia do Ministério Público Estadual, que Kleber e Hueder Marcos de Almeida,32, também réu no processo, na noite do dia 9 de dezembro de 2012 para o dia 10, mataram a vítima por motivo torpe, com emprego de droga e mediante recurso que dificultou a defesa do ofendido, forçando-o a ingerir um composto de diversos medicamentos de uso restrito e controlado, sem qualquer autorização para ministrá-los, assumindo o risco de matar a vítima, que havia tentado resistir à ingestão anunciando expressamente ser alérgico a determinadas substâncias.
Ainda de acordo com os autos, os denunciados Kleber, Hueder e uma terceira pessoa ainda não identificada ocultaram o cadáver da vítima às margens da estrada de acesso ao Distrito da Guia, no bairro Bandeira, em Cuiabá.
Além dos crimes cometidos contra Thiago Figueiredo, o ex-investigador da Polícia Civil, Kleber Ferraz Albuês também responde processo por disparo de arma de fogo em via pública e tentativa de triplo-homicídio, todos praticados em Várzea Grande. A denúncia foi recebida pelo Judiciário em agosto de 2013.