Termina hoje o prazo para o Ministério Público entrar com recurso de apelação contra o resultado do julgamento dos acusados de envolvimento na morte do prefeito de Nova Canaã, Antônio Luiz César de Castro, o “Luizão”. Uma das promotoras do caso, Eulália Natalia Silva Melo, explicou ao Só Notícias que iria analisar junto ao colega que atuou no júri, para decidir se ajuizará ou não recurso.
Com base nas decisão dos jurados que analisaram a acusação e defesa, a justiça de Nova Canaã do Norte (160 km de Sinop) absolveu Wanderlei Teixeira de Almeida, o “Delei”, e Vanildo dos Santos, o “Mãozinha”, no júri que começou na sexta-feira, 23 e foi encerrado no sábado a noite. A decisão dos jurados foi unânime. A promotora disse que a decisão dos jurados é soberana e se o Ministério Público decidir não entrar com recurso, é porque não há elementos que permitam recorrer, ou seja, não existem provas suficientes. “Antes de esgotado o prazo, não posso afirmar se vou entrar ou não”, afirmou ela.
De acordo com a sentença, “o júri não reconheceu que o réu Wanderlei tenha sido o mandante do crime de homicídio, como não reconheceu a materialidade delitiva do crime de coação no curso do processo contra Vanildo dos Santos, restando ele também absolvido e prejudicada a votação dos demais quesitos desta série”, consta trecho.
O crime ocorreu no dia 5 de agosto de 2011, por volta das 21h30, no estabelecimento conhecido como ‘Pista de Laço’, no município. Wanderlei foi acusado de ser o mandante do homicídio, praticado por motivo torpe e sem dar chance de defesa para a vítima. Já Vanildo dos Santos foi acusado de coação de testemunhas e de ter colaborado para a fuga de Wanderlei após o crime.
Luizão foi morto com seis tiros à queima roupa disparados por uma arma calibre ponto 380, quando estava um pouco afastado da multidão, provavelmente de saída do local. Conforme a denúncia do MP, Wanderlei mandou matar Luizão porque este adquiriu, em leilão realizado pela Justiça Federal de Fortaleza (CE), um imóvel comercial denominado “Canaã Choperia”, situado na avenida Brasil, 71, em Nova Canaã do Norte.
De acordo com a acusação, o imóvel comercial supostamente pertencia ao irmão do suspeito, que é apontado pela polícia como um dos “mentores intelectuais” do assalto ao Banco Central, no ano de 2005, em Fortaleza (CE). A justiça considerou que o prédio foi comprado com o dinheiro do assalto e o colocou em leilão. Desde que comprou, o prefeito teria sido ameaçado por Wanderlei.
Ainda de acordo com a denúncia do MP, Wanderlei contratou uma terceira pessoa para cometer o crime, que ainda não foi identificada. Segundo testemunhas, essa pessoa se aproximou de Antônio César e perguntou se ele era o prefeito Luizão. Ao receber a resposta afirmativa, efetuou os disparos e fugiu do local. Três dias após o crime, Wanderlei saiu de Nova Canaã do Norte com o auxílio de Vanildo dos Santos e foi para Sinop. Fugiu depois para Diadema (SP) onde foi preso.
Apesar da absolvição no homicídio, Wanderlei continua preso no presídio Osvaldo Florentino Leite Ferreira, conhecido como "Ferrugem", em Sinop, pelo crime de lavagem de dinheiro. Ele foi condenado pela Justiça por envolvimento no assalto ao Banco Central, no ano de 2005, em Fortaleza (CE).