Depósito de lixo em nascente de rio, unidade do Programa de Saúde da Família (PSF) da zona rural abandonada, lixo hospitalar há mais de 2 anos sendo depositado dentro da unidade de Pronto Atendimento, péssimas condições de estradas, além de maquinário e área de lazer abandonados, tudo isso acontece no município de Nova Brasilândia (215 km ao Sul da Capital). O ex-candidato a vereador e proprietário rural, Junior Aparecido Alves de Carvalho, procurou a equipe do GD para denunciar os problemas que a cidade vem enfrentando, desde que foi assumida pela gestão do atual prefeito, Jamar da Silva Lima (PT).
Segundo ele o lixo não é recolhido há 2 anos. “A sala chega a cheirar mal e tem muita mosca, além disso, a porta da sala dá nos fundos do terreno do PA que está tomado pelo lixo. A situação é de completo descaso com a população, pois o risco de infecção é muito grande”, afirmou o proprietário rural, que afirma possuir vídeos com todas as denúncias.
Ainda na área da saúde, Carvalho conta que a unidade do PSF da zona rural está abandonada há 1 ano e meio. “O último atendimento feito lá foi na época das eleições para prefeito e vereadores. Logo depois dos resultados das urnas, o PSF funcionou por mais 2 dias e fechou as portas. Agora cerca de 100 famílias tem que se deslocar até a cidade para ter atendimento médico”.
O produtor conta que tem vários vídeos, que mostram um trator, uma pá carregadeira e caminhões da Prefeitura de Nova Brasilândia abandonados em propriedades rurais particulares e na beira da estrada. Até mato já cresce dentro das caçambas dos caminhões, mostrando que foram abandonados há bastante tempo.
Uma das denúncias mais preocupantes é a questão do lixão da cidade. De acordo com Junior, o caso é tão crítico que já existe denúncia até no Ministério Público. “Em 2010 um vereador registrou uma denúncia contra a prefeitura no Ministério, isso porque o lixo da cidade estava sendo depositado em um local impróprio, que fica a cerca de 50 metros da nascente do Córrego Grande prejudicando a água que é utilizada pela população e os animais que também dependem do rio”.
Apesar da denúncia ter 4 anos, nada foi resolvido e as irregularidades continuam sendo realizadas no local, afirma Carvalho. “Lá jogam todo o tipo de lixo, até cabeça de outros órgãos de bois podemos encontrar no espaço. Fora os pneus e depósitos de água para o mosquito da dengue, que tem por todo lado no lixão”.
De acordo com o ex-candidato a vereador, já houve um processo licitatório para que se pudesse fazer um planejamento e a compra de um outro local para instalar o novo lixão, porém não saiu do papel. “Não sabemos o motivo, mas me parece que até as empresas já foram selecionadas. Só que o projeto só foi até essa etapa, depois disso o prefeito não falou mais no assunto”.
Os espaços de lazer para a população também se encontram abandonados pelo município. Quadras de esporte que começaram a ser construídas, não foram concretizadas e atualmente quase não se pode enxergá-las, por causa do matagal no local. “Uma dessas quadras, que inclusive leva o nome de Raimundo Otoni, pai do atual prefeito, não possui luz, e os espaços que serviriam como vestiário e banheiros, hoje são usados por dependentes químicos usarem drogas. Crianças que optam por utilizar a quadra correm riscos constantes”.
Para finalizar Carvalho lamenta sobre as condições da Rodovia MT 140, que liga Nova Brasilândia à Campo Verde. A estrada está cheia de buracos, o que prejudica o trabalho dos caminhoneiros que transitam pelo local. “Só este ano cerca de 12 carretas, entre as que transportam soja e bois, tombaram nessa rodovia. Nos vídeos que fiz, inclusive, há depoimentos de caminhoneiros que chegaram a passar 2 dias parados na estrada com o boi sem comer. E há o caso do caminhão que teve que ser guinchado por um trator da própria prefeitura por que, não conseguia sair do buraco”.
Junior finalizada pedindo providências por parte da prefeitura de Nova Brasilândia, para os inúmeros problemas pelos quais a cidade passa. “Gostaria que o prefeito desse uma justificativa coerente com os problemas que não são poucos da nossa cidade. Do jeito que está não pode ficar, exigimos melhorias”.
Outro lado – Segundo Jamar, a situação das unidades de saúde já está sendo resolvida. “Contratamos uma empresa de Rondonópolis para realizar duas vezes por mês o recolhimento do lixo hospitalar, das unidades de saúde do município. Em se tratando do PSF da zona rural, nós tínhamos um médico atendendo até março deste ano, mas ele pediu demissão. Através do programa Mais Médicos, pedimos outro profissional, que inclusive já está na cidade, mas falta a liberação da documentação para que ele possa começar o atendimento”.
Com relação aos maquinários, o prefeito explicou que se trata de máquinas antigas e que estão paradas por falta de peças para o concerto. “Uma oficina de Várzea Grande já foi contratada para solucionar essa situação, porém, como as máquinas são antigas, é difícil conseguir peças para o concerto. Mas, esperamos em breve estar resolvendo essa questão”.
Segundo Lima, o problema do lixão é algo que assola não só a cidade de Nova Brasilândia, mas todo o Brasil. “Contratamos uma empresa, que está elaborando um projeto para a construção do novo aterro sanitário. Temos um prazo para concretizar isso até agosto deste ano. Quero deixar claro que a vontade de resolver é grande, mas infelizmente dependemos de posicionamento do Estado e do Governo Federal, já que a verba para o andamento do projeto depende destes”.
O prefeito discorreu também sobre a situação das quadras esportivas do município. “Estamos providenciando a revitalização da quadra citada na denúncia e das demais. Esperamos concretizar isso até o final deste ano”.
Quanto o estado em que se encontra a Rodovia MT 140, Lima disse que a solução depende exclusivamente de uma posição por parte do governo estadual. “Essa estrada passa por problemas em sua estrutura desde que foi construída, já que a empresa responsável pela construção fez um serviço irregular. Na época um processo judicial foi aberto contra a referida empresa, e até hoje está em andamento. Procuramos o Estado, mas ele alegou que nada pode ser feito enquanto a Justiça não der um parecer. Daí ficamos nesse impasse. Por enquanto para amenizar o problema, a Prefeitura sempre que pode joga cascalho nos buracos, para evitar atolamentos e deslizamentos, já que com as chuvas o solo fica escorregadio”.