Últimos retoques na Arena Pantanal, estádio que sedia a partir do dia 13 de junho, quatro jogos da Copa do Mundo, não correm o risco de ficar inacabados. É o que aponta um dos diretores da Concremax, Júlio Flávio Campos de Miranda, durante reunião, esta manhã, entre o grupo de 15 empresas, contratadas pela empresa Mendes Júnior, para atuar na Arena, a Secopa e a própria contratante.
As empresas acusam a empreiteira de atraso nos repasses, desde fevereiro, que teria gerado dívida de R$ 8,3 milhões. No total, o débito da empreiteira junto aos contratados para realizar serviços no estádio é de cerca de R$ 15 milhões. A Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa) foi procurada e interveio, pois as empresas ameaçavam não finalizar os acabamentos necessários, correndo o risco de a Arena ficar “inacabada”.
De acordo com o empresário, a Secopa se comprometeu a fazer os repasses e incluísse, já realizou depósito de R$ 2 milhões. Outros R$ 4 milhões devem ser depositados em mais duas parcelas de R$ 2 milhões. “Esses pagamentos estão sendo feitos com recursos do Estado”, explicou Miranda.
“A gente espera que o estádio fique com a melhor qualidade possível e que a obra seja bem realizada, mas todos os fornecedores devem ser pagos”, disse o representante da empresa. O problema, segundo Miranda, afetou cerca de 15 empresas, sendo que o número pode ser maior. Além disso, algumas empresas possuem débitos desde janeiro, sendo que a Mendes Júnior teria pago apenas os valores mínimos dos serviços necessários para a entrega da obra.
A construtora, entretanto, explicou aos empresários locais que estaria sem receber o pagamento de medições feitas pela Secopa, desde a data reclamada. Miranda contou ainda que a Secopa sabia da inadimplência da construtora com os prestadores de serviços e o atraso seria motivado pelo também atraso no repasse de uma última parcela de R$ 26 milhões do financiamento feito junto ao banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Até a próxima semana, a Secopa deve finalizar a medição final na Arena, antes de entregá-la a Federação Internacional de Futebol (Fifa), responsável pelo Mundial. Dessa medição, deve ser apontado o valor final a ser pago às empresas, que conforme Miranda gira em torno de R$ 11 milhões. “Não sabemos se esse valor será pago, porque ainda está sendo medido”. Porém, de acordo com os contratos, a Mendes Júnior ainda tem R$ 19 milhões para receber do governo e o Estado promete arcar com esses valores, relatou o diretor da Concremax.
Alguns serviços de acabamento que estavam parados foram retomados depois das negociações. Com isso, o empresário acredita que a Arena deve ser entregue no prazo, no próximo dia 21, com praticamente todos os serviços finalizados.
Outro lado – representantes da Mendes Júnior não quiseram falar com a imprensa durante a reunião. A assessoria da Secopa informou que o governo do Estado se 'comprometeu a realizar a quitação'.
A Arena Pantanal ainda não foi inaugurada oficialmente pelo governo do Estado, mas já sediou os jogos entre Mixto e Santos, no dia 2 de abril; Luverdense e Vasco, no dia 26, e Cuiabá e Internacional no dia 1º de maio.
Quatro jogos da Copa do Mundo serão disputados no estádio: Chile e Austrália, no dia 13 de junho; Rússia e Coreia do Sul, no dia 17 de junho; Bósnia e Nigéria, no dia 21 e Colômbia e Japão, em 24 de junho. A Arena está orçada em R$ 570 milhões e foi construída no espaço do antigo Verdão, em Cuiabá. A capacidade é de 41.390 torcedores.