Um momento para relembrar a história dos 28 anos de emancipação política administrativa do município. Dificuldades, transformações, avanços e conquistas. Essa foi a temática em que aproximadamente 70 diretores, coordenados e secretários das escolas municipais acompanharam, ontem à tarde, durante a apresentação do prefeito Dilceu Rossato sobre a construção de Sorriso.
Ele pontuou a colonização dos municípios do Norte de Mato Grosso por terra, às margens da BR 163, ao contrário de outros municípios que surgiram às margens de rios e nascentes. O prefeito destacou o primeiro morador, Nego Otávio; a primeira professora Arlete Capellari e as famílias dos desbravadores.
Entre as curiosidades, está a história peculiar do nome do município que conta com duas versões. Na versão popular, o primeiro morador Nego Otávio teria ficado tão feliz ao ver outras pessoas que quando chegaram as primeiras famílias “desandou” a rir e não parava mais, tendo surgido o nome “Sorriso”. Na versão oficial, o nome destaca a colonização de descendentes de italianos sulistas que passaram a residir no local e cultivar arroz. Quando tinham contato com os parentes que haviam ficado no Sul e serem questionados em relação à cultura da terra, respondiam em italiano que plantavam “só riso” – (só arroz), o que então teria originado o nome.
Além de contar histórias peculiares, Rossato destacou as dificuldades iniciais em que faltavam estradas, medicamentos, profissionais, escolas e a superação dessas necessidades de forma conjunta, em que cada família contribuía da forma que podia com doações. “Nosso crescimento após a emancipação em 1986 foi muito rápido. Hoje somos um município ambientalmente correto, com 673 mil hectares de área produtiva distribuídos em 63% de área agricultável e 27% de área de preservação ambiental”, pontuou.
O prefeito destacou o crescimento anual do município que chega a atingir 10% ao ano, comparado ao índice de crescimento de países como a China e a Índia e bem superior ao nacional, com media de 2%/ano. Para ilustrar, Rossato lembrou que em 2005 a cidade contava com 16 mil veículos e hoje a frota chega a 50 mil.
“Nosso IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é um dos melhores do país. Somos destaque em vários setores. Hoje a “Capital Nacional do Agronegócio”, produz anualmente 5 milhões de toneladas de grãos, o país todo produz 186 milhões de toneladas”, salientou. Entre os demais números que impressionam está o fato de Sorriso ser o primeiro exportador mato-grossense e o 13º nacional com destaque para as culturas de soja, milho, algodão, entre outros grãos e produção de peixes também em escala nacional.
Para o prefeito, Sorriso é a terra prometida aos colonizadores, a Canaã mato-grossense. E o resultado disso foi possível com o desenvolvimento de pesquisa e a instalação de grandes empresas, além de unidades educacionais de destaque. Em experimentos acompanhados atualmente chega-se a produzir no município 90 sacas de soja por hectare. “Brinco dizendo que somos a Dubai da soja, em relação ao país (Dubai/Emirados Árabes), que emana petróleo”, comentou. Com esses resultados e crescimento em apenas 28 anos, para o prefeito, a Capital Nacional do Agronegócio tem muito o que comemorar.
Presente na apresentação realizada na última terça-feira (06), a aluna Júlia, 8 anos, da Escola Leonel de Moura Brizola, pontuou que “tudo foi interessante, mas o que mais gostei foi a história do Nego Otávio, já pensou ficar um tempão sem ver ninguém?”, imaginou a menina. Já Luana, também 8 anos, disse que tudo foi muito interessante, pois conhecer a história de onde se mora é muito bom.
Para Mailton França, 22 anos, aluno do Centro de Educação de Jovens e Adultos (CEJA) Arão Gomes Bezerra, a oportunidade de conhecer a história também foi muito importante. “Conhecia apenas um pouco da história e foi muito interessante ver detalhes da construção do município”, relatou o rapaz, que trabalha como líder de almoxarifado.
Para marcar o aniversário de Sorriso, Rossato tem realizado explanações que abordam o resgate histórico da colonização desde a última segunda-feira (05), para alunos do 3º e 4º da rede municipal, alunos do CEJA e professores. No total, até o dia 09 (sexta-feira), 1,2 mil pessoas terão acompanhado as apresentações realizadas no Centro de Eventos Ari José Riedi. Diariamente, são distribuídos para os participantes gibis que contam de forma lúdica e com fotos antigas a história do município.