O Conselho Municipal de Saúde está preocupado com o caos gerado no hospital regional, que está sem gerência e com poucos médicos. O presidente, Thiago Incerti, revelou ao Só Notícias, que a situação da única unidade de saúde do Vale do Tapajós, que atende serviços de média e alta complexidade, está beirando a "calamidade". Nas últimas semanas, com a paralisação dos serviços médicos (estão atendendo somente situações de urgência e emergência), a situação do hospital piorou muito.
“Houve caso de médico fazendo boletim de ocorrência (na Polícia Civil apontando falta de infraestrutura), pacientes voltando sem atendimentos, grávidas que deram a luz na porta do hospital, além de outros casos que beiram a negligência. Informações extra oficiais obtidas de alguns profissionais que trabalham no hospital, é que pelo menos dois médicos já pediram desligamentos. Os salários estão atrasados há 3 meses”, descreve o presidente. Foi obtida uma liminar em processo judicial, determinando o pagamento mas não está sendo cumprida.
Thiago Incerti ainda relata que a situação pode piorar ainda mais, pois há uma fuga acelerada de profissionais para outros municípios ou para Instituições Particulares. “O conselhos cobra publicamente um posicionamento dos órgãos legitimados para que a situação não perdure”, pontuou.
Os salários dos demais servidores (enfermeiros, técnicos, auxiliares) não estão atrasados. Mas ,de acordo com o conselho, existe problemas com fornecedores. “Exames cardiológicos deixaram de ser feitos e outros exames como de ultrassonografia também estão sendo feitos somente em caso de urgência”, ressalta.
Uma fonte explicou que os salários médicos são pagos de acordo com a produção, em média R$ 16 mil mensais, variando de acordo com número de plantões feitos. O valor devido pelo Estado para os médicos é de aproximadamente R$1 milhão.