Setenta e oito pescadores de Colíder e Nova Canaã realizaram, ontem, um protesto em relação aos impactos da construção da usina hidrelétrica construída pela Copel. Com cartazes e faixas, eles se reuniram em frente ao escritório da empresa, em Colíder.
Os pescadores alegam que não receberam a indenização prometida pela empresa e que desde o início das obras da usina, a pesca na região caiu cerca de 80% e nos últimos meses, praticamente não existem mais peixes. “Eles não conseguem subir o rio para desovar, constatamos muitos peixes mortos”, disse um pescador, que preferiu não se identificar.
No período da tarde, o juiz da comarca, Alexandre Sócrates Mendes, realizou uma inspeção judicial no local das obras da usina, acompanhado pelos advogados das partes envolvidas, Perícia Técnica, Polícia Militar, delegado de Polícia Civil e uma bióloga da Universidade do Estado de Mato Grosso. O juiz afirmou que será elaborado o auto de inspeção, conforme avaliações do perito e da bióloga que o acompanharam na visita, e depois disso poderá proferir uma decisão bem embasada.
Quanto à denúncia dos pescadores de que os peixes não estão conseguindo subir o rio para desovar, a bióloga Solange Arrolho, destacou, à TV Piraiba, que nas campanhas de monitoramento realizadas por sua equipe “foram realizadas coletas sim de várias espécies”. Sobre a mortandade de peixes, ela afirma que não visualizou peixes mortos por esmagamento ou contaminação, apenas um outro esquecido em anzol de galha por exemplo.
Ela destacou ainda que a maior parte dos pescadores se concentra abaixo da linha de barragem “onde existe peixe suficiente para o sustento deles”. Solange lembrou ainda que é expressamente proibido por lei pescar a menos de 200 a 500 metros de qualquer barragem.