Está marcado para o início de fevereiro, a chegada em Cuiabá de João Arcanjo Ribeiro, 62 anos. Ele continuará cumprindo sua pena na Penitenciária Central de Cuiabá (PCE). A transferência foi determinada pela Justiça de Rondônia e dentro de no máximo uma semana, o “comendador” deixará o presídio de segurança máxima em Porto Velho (RO) e passará a ocupar, sozinho, uma cela dentro da maior unidade prisional do Estado. A Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) confirmou a informação e ressalta que um forte aparato de segurança será montado para receber Arcanjo, condenado a penas que ultrapassam os 35 anos de prisão.
Contudo, detalhes sobre o dia exato da transferência e quantidade de homens que vão atuar na escolta do preso não podem ser divulgados, segundo a Sejudh, por questões de segurança. A pasta informa ainda que com a determinação da Justiça rondoniense de repatriar Arcanjo para o estado de origem dos crimes pelos quais já foi condenado, não houve necessidade de promover reformas ou qualquer modificação em cela para recebê-lo.
A Sejudh garante que a cela já está pronta, pois já faz algum tempo que a unidade vem promovendo reformas em determinadas celas. Conforme a decisão da juíza Juliana Maria da Paixão da Justiça Federal de Rondônia, Arcanjo deverá retornar e cumprir o restante da pena, bem como as três prisões preventivas decretadas.
Em seu despacho, a juíza de Porto Velho ressaltou que os reiterados pedidos protocolados pelo Ministério Público, solicitando a manutenção de Arcanjo em uma unidade federal de segurança máxima é “abusiva, (…) atentatórios aos direitos mínimos de todo apenado”.
Depois que a carta guia, documento que contém as informações sobre a pena e o regime de cumprimento de pena de Arcanjo chegar a Mato Grosso, o juiz da 2ª Vara Criminal, Geraldo Fidélis, vai analisar o pedido do advogado do Comendador, Zaid Arbid, para a progressão do regime, uma vez que, segundo o defensor, ele já poderia cumprir as condenações em regime semiaberto.
A condenação mais recente de Arcanjo se deu no dia 24 de outubro do ano passado quando ele enfrentou júri popular pela morte do empresário e jornalista Sávio Brandão de Lima Júnior e a pena imposta foi de 19 anos de prisão pelo crime de homicídio qualificado. Pelo crime, ele já estava preso há 10 anos desde que foi capturado no Uruguai em 2003.