Os moradores da Comunidade Nossa Senhora de Fátima e catadores ficaram insatisfeito com a decisão expedida pelo juiz da 6ª Vara Cível, Mirko Vincenzo Giannetti, e cumprida, esta manhã, pelo oficial de Justiça, Eduardo Pereira da Silva, com apoio dos policiais militares da Força Tática. O magistrado determinou a liberação da passagem de caminhões com lixo e entulho, que deveriam ser jogados em um lixão às margens da estrada Alzira. Segundo o oficial de justiça, se moradores descumprirem a decisão poderão ser multados em R$ 50 mil e serem presos em flagrante.
O representante dos moradores, Aldaírton Carlos Piareski, disse, ao Só Notícias, que a prefeitura deveria estar tentando apagar o incêndio desde segunda-feira, quando o movimento teve início. “Eles estão jogando mais lixo no fogo, estão alimentado cada vez mais o incêndio. Dessa forma, nunca vai apagar. Já tem mais de seis meses que estamos respirando essa fumaça que faz mal a nossa saúde”.
O primeiro secretário da associação dos catadores, Claudemir Piana, informou que vai recorrer da decisão e, se o incêndio no lixão não for apagado, eles devem voltar a impedir a passagem dos caminhões com lixo e entulho na estrada Alzira. “Se a prefeitura não apagar o fogo vamos ter que voltar a bloquear a estrada, nesse mesmo ponto ou próximo ao lixão ou vamos protestar na prefeitura. Alguma providência tem que ser tomada, da forma que está não conseguimos trabalhar”.
Só Notícias esteve no local acompanhando os trabalhos e nenhum morador ou catador criou qualquer tipo de resistência. Para o magistrado, a manutenção do tráfego na estrada “é a melhor medida para pacificação social, eis que envolve o interesse não apenas do município, que necessita acesso ao ‘lixão’ municipal destinado ao depósito de resíduos sólidos, realizando assim serviço público socialmente relevante, bem como de muitos outros munícipes que por ali, também, transitam”. Por tal motivo, Mirko determinou que os manifestantes desobstruam a passagem “até que a situação seja definitivamente resolvida”.
O juiz ainda ressaltou que que deu prazo até janeiro de 2016 para que a prefeitura continue utilizando os depósitos irregulares, sob condicionante de determinar um servidor para fiscalizar o lixão da estrada Alzira, justamente para evitar o fogo naquele local. “Portanto, as providências cabíveis para evitar focos de incêndio naquele “lixão” estão sendo discutidas e devem ser observadas/cumpridas pela administração pública municipal, tanto que foi encaminhada à 4ª Promotoria de Justiça Cível de Sinop a ‘reivindicação’ de moradores daquela localidade”.
Os manifestantes estavam impedindo a passagem apenas dos caminhões com lixo e entulho, os demais passavam normalmente. Ontem, o secretário municipal de Obras, Marcos Lopes, informou que dois caminhões pipa e um trator esteira foi enviado ao local para tentar controlar as chamas. Porém, ele disse que a situação no local só seria resolvida com a definição de um novo local para o lixão.
O bloqueio já estava afetando a coleta do lixo no município. Como os veículos não podiam passar, houve a suspensão deste serviço.