Eles foram encontrados em uma fazenda, localizada no município de Rosário Oeste (região Médio Norte), durante uma operação conjunta entre Ministério Público do Trabalho (MPT), Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e Grupo de Operações Especiais (GOE), da Polícia Civil. A maior parte dos trabalhadores foi contratada há cerca de seis meses para o plantio e corte de eucalipto. Quatro deles são naturais do Maranhão.
O procurador do Trabalho e coordenador regional da Coordenadoria Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo (Conaete) do MPT, Thiago Gurjão, os auditores fiscais do Trabalho, Ingrid Berger Colpaert e Otávio Morais, e com policiais civis constataram que os trabalhadores faziam suas necessidades fisiológicas no mato e tomavam banho em um acúmulo de água. Também não recebiam materiais básicos de higiene como papel higiênico.
Para terem água para beber, percorriam quilômetros por conta própria até chegarem a uma nascente. Também não possuíam recipientes adequados para o transporte. Alguns dos poucos equipamentos de proteção individual fornecidos e, mesmo algumas ferramentas de trabalho, eram descontados do salário.
Um dos resgatados relatou ainda que era disponibilizada uma "casa" para alojamento, mas, além de não dispor de banheiros nem chuveiros, não possuía espaço e ventilação adequados ao número de trabalhadores, obrigando muitos a dormirem do lado de fora, no alpendre.
Após o resgate, os procuradores do Trabalho, Fabrício Gonçalves de Oliveira e Amanda Broecker, e os auditores fiscais do Trabalho acompanharam a quitação das verbas rescisórias e dos salários atrasados e exigiram o recolhimento do FGTS de todos os empregados. Foram lavrados ainda, pelo Ministério do Trabalho, 39 autos de infração.