O Corpo de Bombeiros do Estado de Mato Grosso completa, hoje, 21 anos de emancipação da Polícia Militar. Após 40 anos, em 1994, a corporação começou a atuar como companhia independente. Com apenas cinco unidades em Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis, Barra do Garças e Cáceres e um efetivo de 490 homens, atendia toda a demanda do Estado.
A emancipação significou o avanço dos serviços designados aos bombeiros e manutenção dos laços de respeito com a Polícia Militar. O começo das atividades independentes foi marcado pela garra e determinação dos militares que já atuavam como bombeiros. Além dos militares que naquela década davam início à primeira turma concursada de bombeiros no Estado.
O comandante geral dos Bombeiros, coronel Júlio Cezar Rodrigues, destaca que ao longo do tempo a instituição avançou com novas unidades, totalizando 20 atualmente, entre batalhões, diretorias e comandos. Porém, revela que existe a maturidade de todos os profissionais e o caminho ainda é longo, além dos desafios que também são grandes e complexos.
“Foram treze novos municípios contemplados com unidades operacionais, totalizando hoje, com o de Juína, dezoito ao todo. O capital humano, principal ativo de uma organização, está hoje em 1.386 homens e mulheres, representando 35% do previsto em lei. Os números mostram que o Corpo de Bombeiros Militar, ao optar pela emancipação, tomou a decisão mais acertada. Atualmente, atuamos integrados com a Polícia Militar e demais órgãos do Sistema Estadual de Segurança Pública”, reforça o comandante.
Além disso, o comandante explica que o Corpo de Bombeiros de Mato Grosso contribui, ao executar suas atribuições legais, para a manutenção da ordem pública, entendendo esta como um estado de convivência harmoniosa e pacífica, fiscalizado pelo poder de polícia para, dessa forma, proporcionar condições que conduzam ao bem comum. Seja atuando diretamente na extinção de incêndios de toda natureza, realizando operações de busca e salvamento nos mais variados ambientes (aquático, terrestre e altura), executando ações de defesa civil, socorros de urgência e atuando com poder de polícia administrativa sobre bens e atividades.
“O Corpo de Bombeiros Militar é um poderoso instrumento para servir o cidadão na proteção dos mais importantes bens jurídicos tutelados pelo Estado Democrático de Direito, quais sejam, a vida e a propriedade”, enfatiza o coronel Júlio César.
Passados 108 anos da criação do Corpo de Bombeiros Provisório da Corte, em 1856, pelo imperador Dom Pedro II, a Polícia Militar do Estado de Mato Grosso, por meio da iniciativa do então tenente Hamylton Sá Corrêa, cria o Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado.
Decorridos três anos, em 1967, ocorre a ativação de fato da 1º Companhia do recém criado Corpo de Bombeiros, situada na Avenida Tenente Coronel Duarte, no prédio do atual Ganha Tempo, iniciando, dessa forma, os primeiros atendimentos emergenciais com uma viatura de combate a incêndio (Ford “Big Job”) e um efetivo de 42 homens.
Em 1973, portanto, após seis anos de atuação efetiva, cria-se na estrutura da Polícia Militar o Comando do Corpo de Bombeiros – CCB e ainda mais três Unidades Operacionais, sendo uma em Cuiabá e as outras localizadas nos municípios de Campo Grande e Corumbá, ou seja, com apenas seis anos de existência efetiva têm início o processo de expansão. Estes municípios situam-se a 700 e 1000 Km, respectivamente, de distância de Cuiabá.
Com a promulgação da Constituição Cidadã, em 05 de outubro de 1988, reorganizou-se o sistema de segurança pública no Brasil. O Corpo de Bombeiros Militar é elevado à condição de órgão de preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, juntamente com as polícias federal, rodoviária federal, ferroviária federal, civil e militar. Assim, a segurança pública e, portanto, os Corpos de Bombeiros Militares, são instituições necessárias à defesa do Estado e das instituições democráticas.
A partir de 1989, deu-se início o processo de emancipação dos Corpos de Bombeiros no Brasil. Até então, apenas as Corporações do Estado do Rio de Janeiro e o Distrito Federal possuíam corporações independentes das Polícias Militares. Mato Grosso também participa dessa tendência nacional e o Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso passa a ter previsão na Constituição do Estado (Art. 82), como um dos órgãos da defesa do cidadão e da sociedade.