Foi apresentado, ontem, para pesquisadores e técnicos da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) o projeto piloto de tecnologias sociais de acesso à água de chuva, saneamento rural e educação ambiental. O engenheiro agrônomo do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), Samir Curi, abordou sobre cisternas, barraginhas, biofossa, lago de múltiplo uso, adoção de nascentes e outras formas de captação da água para produtores rurais e alunos dos municípios de Cáceres, Várzea Grande e Santo Antônio de Leverger.
O objetivo do projeto é difundir tecnologias sociais de acesso à água de chuva e orientar sobre os cuidados e tratamento para água potável. Samir destaca que o projeto apresenta tecnologias sociais sustentáveis, eficiente, de baixo custo, promove a melhoria da qualidade de vida e saúde das famílias. O sistema de captação e armazenamento de águas pluviais é feito nas cisternas de vinil com capacidade para armazenar 8 mil litros de água das chuvas.
Na região de Cáceres, o projeto piloto já está atendendo 360 famílias de produtores rurais e aproximadamente 500 alunos. No município de Santo Antônio de Leverger, aproximadamente 220 famílias e 260 alunos passam pela constante falta de água, com período seco durante seis meses e precipitação média das regiões de 1.200 mm. Nos municípios foram instaladas cisternas que estão atendendo moradores e alunos.
Samir conta que a Escola Estadual do Projeto de Assentamento Nova Esperança, em Cáceres, estava fechada por falta d’água. Foram perfurados quatro poços artesianos sem resultado. Foi implantada uma cisterna com capacidade para 125 mil litros e as aulas normalizaram. E lembra ainda, que no assentamento Kátira, fronteira com a Bolívia, as mulheres percorriam grandes distancias para lavar roupa e hoje captam água da chuva.
O sistema de captação e armazenamento de águas pluviais está apresentando resultados positivos quanto à qualidade da água, segundo dados de pesquisa da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Curi enfatiza que o uso do pré-filtro, filtro de barro, uso de cloro e acompanhamento de agente de saúde, a água captada na cisterna será para consumo humano. Considerada água potável para beber e cozinhar.
Ele explica que a água armazenada será utilizada para consumo humano. Uma pessoa consome em média 10 litros de água por dia e em 180 dias, terá consumido 1.800 litros. “Além de garantir água para a família no período da seca, o mais importante é criar o hábito das famílias a utilizarem água das chuvas, que podem ser armazenadas e usadas para alimentação”, destaca Samir.
O projeto conta com a parceria do Ministério Público de Mato Grosso, por meio do Juizado Volante Ambiental (Juvam) a Superintendência Regional do Incra, Empaer e Fundação de Amparo à Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural no Estado de Mato Grosso (Fundaper).