O presidente da Associação de Trabalhadores Rurais da Gleba Santo Expedito, Paulo Sério Borges Aragão, rebateu a acusação feita por uma associação, formada proprietários de imóveis rurais, que a área de 13 mil hectares, onde está localizado o assentamento, tenha sido invadida por grileiros. Ao Só Notícias, Paulo explicou que a área, localizada em Cláudia (90 quilômetros de Sinop) foi repassada aos assentados pelo governador Blairo Maggi, em 2006. “Foi criada uma matrícula registrada no município de Cláudia. Após este fato, nasceu um litígio com uma madeireira. Agora, em 2014, uma pessoa também apareceu com uma procuração dizendo que é dono da área, mas a briga verdadeira é com a madeireira”.
Em 2007, de acordo com documento apresentado pelo presidente da associação, a Procuradoria Geral do Estado (PGE) determinou que fosse feito um estudo para emitir um parecer sobre o litígio envolvendo a área. O relatório, assinado por uma engenheira agrônoma foi encaminhado à procuradoria, destacando que a propriedade, “conforme mosaico fornecido pelo Instituto de Terras de Mato Grosso” era considerada “devoluta”. Citando ainda imagens de satélites, a engenheira também alertou à PGE sobre os desmatamentos na região e recomendou que o local fosse destinado para assentamento. “A situação ainda está em litígio na Vara de Conflitos Agrários, em Cuiabá. Porém, até agora, eles não conseguiram provar a posse deles”, afirmou Paulo.
O presidente da associação também ressaltou a luta que os trabalhadores tiveram para conseguir viabilizar o assentamento. “Ao longo do tempo construímos tudo com recursos próprios. Não sou contra alguém querer um pedaço de terra. Mas acredito que esta pessoa tem que lutar, como lutamos. Respondemos por nossos atos. Este cidadão (que se diz proprietário da área) quer aplicar inverdades nas cabeças das pessoas para jogá-las contra nós. Isto não está correto”.
Conforme Só Notícias já informou, de acordo com a denúncia de uma fonte ligada à uma associação de proprietários de imóveis rurais da região Norte, a área onde está localizada a Santo Expedito foi invadida por grileiros em 2010. Segundo o relato, todos os lotes foram vendidos, informações contestadas por Paulo Borges.