PUBLICIDADE

Associação denuncia ações de supostos grileiros em fazendas no Nortão

PUBLICIDADE

Uma associação formada por proprietários de imóveis rurais denunciou, ao Só Notícias, que há vários anos vêm ocorrendo invasões de áreas por parte de supostos grileiros em diversos municípios do Nortão. O último caso, segundo eles, aconteceu na quinta-feira, quando um grupo com cerca de 70 pessoas tentou ocupar uma propriedade em União do Sul (179 quilômetros de Sinop). “Fomos avisados e, quando chegamos no local, encontramos boa parte dos invasores já dentro da área. Eles estavam armados e renderam os funcionários. Depois que chegamos, evitamos, sem uso da violência, que a invasão continuasse. Os grileiros foram embora, alegando que haviam invadido a propriedade errada. Porém, permanecem acampados na região”, explicou uma fonte ligada à associação dos proprietários.

Segundo a fonte, os invasores não são ligados a qualquer movimento social de reforma agrária e agem de modo semelhante há, pelo menos, quatro anos. “A primeira invasão ocorreu em 2010, na Gleba Santo Expedito, em Cláudia. Eles alegam que têm autorização do Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat) e que aquelas são terras devolutas. Posteriormente, vendem os lotes e partem para invadir outras áreas. No caso da Santo Expedito, que tem 13 mil hectares, todos os lotes praticamente já foram vendidos. Desde a primeira invasão, os grileiros ocuparam três fazendas, além da última tentativa na quinta-feira”, afirmou.

A associação dos proprietários vem tentando, na justiça, o direito de permanecer nas áreas. Conforme informou a fonte, as famílias estão na região há cerca de 30 anos e grande parte trabalha com manejo florestal ou atividades agropecuárias. “Não sabemos ao certo quem são estes invasores, porém, buscamos as informações necessárias para identificá-los. Eles não respeitam ninguém, por isso formamos a associação como forma de ter representatividade na justiça”.

Boa parte das ações tramita na Vara Especializada de Conflitos Agrários, em Cuiabá. Ainda na quinta-feira, a juíza Adriana Sant'anna Coningham determinou que uma área, em Cláudia, em posse dos supostos grileiros, fosse reintegrada aos antigos proprietários. Outra área ocupada também tem liminar de desocupação decretada. A propriedade de 13 mil hectares denominada Gleba Santo Expedito permanece em litígio na justiça.

Na última semana, representantes do setor de base florestal se reuniram com o vice-governador, Carlos Fávaro, e a presidente do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), Marilene Ramos, para discutir o assunto. O vice-presidente do Sindicato das Indústrias Madeireiras (Sindusmad) e diretor do Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira (Cipem), Fernando Pagliari, explicou que a audiência teve como objetivo encontrar uma solução pacífica para o que chamou de conflito agrário. “Pedimos a intervenção do vice-governador junto ao Intermat para evitar a proliferação destas invasões. O que recebemos de resposta é que o governo estadual tem interesse na paz social no campo e vai interceder para tentar resolver a situação”, explicou.

A Polícia Militar esteve na região para evitar um possível conflito. De acordo com a fonte, os policiais revistaram os envolvidos, no intuito de localizar armas, porém, nada foi encontrado. Os militares, segundo a fonte, não retiraram os invasores da área. “Apenas aconselharam as partes a manter a ordem e aguardar uma decisão da justiça. Em seguida, foram embora”.

A associação dos proprietários montou campana nos locais onde há risco de invasões (foto). 

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Mais notícias
Relacionadas

PUBLICIDADE