O Tribunal de Justiça de Mato Grosso negou habeas corpus para duas mulheres, 21 e 25 anos, responsáveis pela fuga em massa na cadeia de Nova Mutum, em fevereiro. Por unanimidade, os três desembargadores que compõem a 2ª Câmara Criminal do tribunal decidiram que as jovens devem continuar no presídio Ana Maria do Couto May, em Cuiabá.
Elas seduziram e doparam dois agentes penitenciários. Com isso, 27 presidiários conseguiram fugir ( 22 foram recapturados). Estão presas desde o dia 5 de fevereiro pela prática dos crimes de formação de quadrilha, fuga de preso e furto qualificado.
Relator do habeas corpus, o desembargador Pedro Sakamoto destacou não existir excesso de prazo e nem constrangimento ilegal como alegava a defesa. Seu voto foi acatado pelos colegas Alberto Ferreira de Souza e Rondon Bassil Dower Filho. As duas mulheres, apontadas como garotas de programa, vem perdendo todos os recursos impetrados pelo advogado Sérgio Batistella. Quando elas foram presas em Cuiabá e apresentadas pela Polícia Civil, confessaram em detalhes como planejaram e executaram a fuga.
A mais velha afirmou ser a namorada de um dos presos que fugiram e disse, em tom de deboche, que dopar os agentes e deixar eles nus foi “mamão com açúcar”. Ela disse que foi fácil dopar os agentes colocando um remédio para dormir, chamado Clonezepam, na bebida servida aos servidores. "Foi mamão com açúcar. Coloquei no whisky, ele que deu mole, ele que foi otário. Caiu no boa noite Cinderela".
O caso culminou com o afastamento do então diretor da cadeia e dos dois agentes, que chegaram a ser presos e foram soltos.