Os 72 haitianos que vivem no Centro de Pastoral do Migrante receberam, hoje, a doação de 100 cobertores arrecadados na campanha Abraço Quente, realizada pela Secretaria de Assistência Social e Desenvolvimento Humano. O centro é uma instituição não governamental e foi criada para apoiar o grande número de famílias que migram para o Estado em busca de melhores condições de vida. Atualmente, a instituição é mantida por meio de trabalho voluntário e pela parceria com a secretaria de Assistência Social.
Para o secretário de Assistência Social, José Rodrigues Rocha Júnior, a parceria é importante porque garante o atendimento a vários migrantes, muitas vezes de países vizinhos, e até mesmo a outras pessoas em situação de vulnerabilidade da capital. “Os registros que temos é que vieram colombianos, bolivianos, chilenos e essa parceria é para auxiliá-los no acolhimento dessas pessoas. Hoje estamos felizes por poder, mais uma vez, reforçar essa parceria deixando aqui 100 cobertores para que eles possam fazer a entrega às pessoas que estejam na pastoral ou àquelas necessitando o atendimento, que eles têm realizado de maneira extremamente relevante para Cuiabá”.
Além da Pastoral, outras instituições não governamentais, como o Abrigo Bom Jesus, também vão receber as doações que totalizam 2 mil unidades de cobertores. “A nossa condução na Prefeitura de Cuiabá tem sido, a cada dia, de fortalecer as parcerias com instituições não governamentais e fortalecer o trabalho que eles já fazem de maneira voluntária, por vocação e de maneira competente atendendo nossa população, especialmente, as mais vulneráveis e em risco social”.
De acordo com Fábio Heliodoro, seminarista da Pastoral do Migrante, o apoio da secretaria de Assistência Social tem sido primordial para a manutenção do espaço, que tem capacidade para 100 pessoas. “A Assistência Social nos auxilia muito. Eles nos cedem os funcionários e a secretaria está sempre presente. Quando pedimos alguma coisa, eles fazem o máximo de esforço para nos dar assistência”.
Fábio lembra que, até antes da Copa do Mundo, a casa acolhia mais brasileiros, mas devido às obras para o evento esportivo e até a realização do mesmo, passou a receber estrangeiros, principalmente, haitianos que hoje representam todos os usuários da casa. “Com a Copa mais de 50% de moradores na casa eram haitianos, que começaram a chegar e não pararam. A casa é construída para quem necessitar ficar, migrante que chega e não tem parente. Ao chegar, eles fazem uma entrevista com a coordenadora da casa e, por meio dessa entrevista, nós vamos dando o abrigo necessário”.
O tempo de permanência na casa é de dois meses, durante os quais o abrigado deve arrumar um emprego para ter condições de deixar a unidade. De um total de 72 haitianos, 48 estão desempregados.
Para estas pessoas, a Pastoral do Migrante realiza a mediação entre abrigados e empresários para garantir o encaminhamento ao mercado de trabalho. Além disso, oferece curso de português àqueles que ainda não sabem a língua.
“Ainda temos algumas coisas que podemos melhorar e queremos ampliar ainda mais a parceria com a secretária de Assistência Social, que sempre tem nos ajudado e apoiado com doações e trabalho em prol daqueles que precisam”, diz Fábio.