Quase 100 dias depois da operação Apoena, deflagrada em março deste ano, a prefeitura de Cláudia (90 quilômetros de Sinop) ainda aguarda uma vistoria do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) para levar à leilão mais de 900 metros cúbicos de madeira apreendidos e doados pelo órgão. Ao Só Notícias, o prefeito João Batista (PSD), explicou que o edital chegou a ser lançado, mas acabou cancelado, por divergência nas espécies. “Cada madeira tem várias sub-espécies. Faltou essa especificação”, afirmou.
O prefeito ainda destacou que há temor de que as madeiras apodreçam no pátio da prefeitura, caso o documento não seja liberado. “Os madeireiros têm nos cobrado o leilão. O Ministério Público Estadual (MPE) já solicitou celeridade do Ibama na vistoria. Agora, estamos aguardando uma resposta”.
Outro lado
O chefe de Fiscalização do Ibama, José Afonso Farias, informou que ainda não há prazo definido para a vistoria da madeira apreendida. “O processo voltou por divergência. Na semana que vem, devemos designar uma equipe para conferir essas essências e permitir que o edital do leilão seja lançado novamente”.
Conforme Só Notícias já informou, entre as espécies de madeiras doadas estão a peroba, angico, copaiba, angelim, caiçara, cedro, amescla, sucupira-preta e jatobá. Com o dinheiro arrecadado no leilão, a prefeitura pretende complementar a receita obtida com o Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab) e reformar 10 pontes do município.
Foram apreendidos aproximadamente 2,5 mil metros cúbicos de madeira (pelo menos 1.500 toras) de uma área em União do Sul (130 km de Sinop). Não foi informado para onde foram destinados as demais toras. Estima-se que o prejuízo chegue a R$ 3 milhões, já que a carga apreendida é composta de madeiras nobres. Fiscais também destruíram quatro caminhões e duas motocicletas, supostamente utilizadas na extração ilegal de madeira.
O Ibama só conseguiu localizar as áreas de grilagem porque a operação teve dois helicópteros e monitoramento via satélite. Para recolher todo o material apreendido, foram necessários cerca de 80 caminhões.