Números do relatório “Transparência Florestal”, lançado pelo Instituto Centro de Vida (ICV) no III Workshop de Monitoramento e Controle Florestal, que começou ontem e vai até o próximo dia 28, indica, na visão do presidente do Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem), Geraldo Bento, que existem algumas divergências que precisam ser analisadas. Um exemplo é o da metodologia aplicada, onde o estudo analisa área explorada por hectare, sendo que, para maior segurança dos resultados, necessariamente teria que ser realizado por volumetria, uma vez que, por hectare, corre-se o risco de dobrar o parâmetro. Outro fator é o aumento de 53% na área total explorada. “Essa informação não condiz com a realidade do setor, que não aumentou sua produção nos últimos anos”.
O evento é justamente para esse fim, unir os mais diversos atores da cadeia florestal, para apresentar soluções compartilhadas incentivando o bom uso dos recursos naturais. Por isso o Cipem, realiza, em parceria com o ICV, Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), Ibama e Ministério Público Federal de Mato Grosso (MPF), o III Workshop de Monitoramento e Controle Florestal. No primeiro dia foi apresentado pelo ICV o referido relatório ‘Transparência Florestal – Mato Grosso’, trazendo indicadores do setor de base florestal compilado entre os anos de 2012 a 2013.
O presidente do Cipem Geraldo Bento, que realizou a abertura do evento, agradeceu a parceria do ICV e das demais entidades presentes e destacou o régio compromisso do setor com a floresta em pé. “Estamos trabalhando para mostrar a verdadeira imagem do setor, que, muitas vezes, é distorcida e acabamos carregando determinados desgastes que não são de nossa responsabilidade”.
Ele acrescentou que, indiretamente o Cipem quer contribuir com o monitoramento da atividade e com a transparência do segmento. “Assinamos em 2014 um convênio de cooperação com a Sema, da ‘Sala de Monitoramento e Controle Florestal’, que ficará sediada na referida Secretaria à disposição dos engenheiros florestais, autoridades e usuários do Sistema do órgão, onde também poderemos corrigir alguma ilegalidade que venha a aparecer”, pontuou.
Segundo a diretora adjunta do ICV, Alice Thuault, o principal problema hoje do setor florestal é comprovar a legalidade. “Esse é um grande problema, porque o segmento acaba perdendo mercado e a valorização, que poderia ganhar com o produto legal. Também perde o poder público, porque mostra a ineficiência das políticas publicas tanto de fomento, como de comando e controle”, salientou.
Alice ainda pontuou a importância da participação no evento. “O workshop reuniu profissionais com múltipla expertise e trabalha com diferentes perspectivas sobre o assunto. Com isso, poderemos chegar a um plano de ações. Durante os dois dias de discussão precisamos ter comprometimento e coragem para dar solução às problemáticas e traçar políticas públicas em prol do bom desenvolvimento do setor de base florestal”.