A qualidade da internet em Mato Grosso não é das melhores, porém, todos os municípios tem acesso. É o que aponta um relatório da Agência Nacional de Telecomunicações, divulgado este mês. No Estado, a maioria dos moradores navega em uma faixa de velocidade considerada intermediária, que vai de 512 (kilobytes por segundo) a 2 Mbps (megabytes por segundo). No total, são mais de 300 mil pontos de acesso.
E é nesta faixa de velocidade que estão algumas das principais cidades de Mato Grosso. Em Sinop, por exemplo, a faixa intermediária (512 a 2 Mb) predomina nos mais de 10,6 mil pontos de acesso. Também navegam na mesma velocidade os municípios de Sorriso (6,1 mil pontos de acesso), Lucas do Rio Verde (5,2 mil pontos), Nova Mutum (2,3 mil), Alta Floresta (5,6 mil), Colíder (3,6 mil), Cáceres (5,9 mil) e Rondonópolis (20,3 mil).
Por outro lado, os moradores de Cuiabá navegam em uma velocidade superior. Na capital, a faixa predominante na maioria dos 120 mil pontos de acesso varia de 2 Mbps a 12 Mbps. Mesma faixa predomina na “vizinha” Várzea Grande, que tem 30 mil pontos de acesso.
Chama a atenção os municípios que são considerados pequenos, mas que também navegam na mesma faixa de velocidade da região metropolitana, como União do Sul, Itaúba, Santa Carmem, Ipiranga do Norte, Paranatinga, Comodoro, entre outros.
Outros cinco municípios, navegam na faixa com a menor taxa de velocidade, que varia de 0 a 512 Kbps: Gaúcha do Norte, Confresa, Aripuanã, Nova Maringá, Rondolândia e Santa Cruz do Xingú, este último com “apenas” 9 pontos de acesso na cidade inteira.
Além da baixa qualidade no sinal, as interrupções e falhas também são problemas recorrentes nas cidades do Mato Grosso. No Nortão, cidades como Sinop, Lucas do Rio Verde e Sorriso constantemente ficam se internet por várias horas, prejudicando empresas que precisam fazer vendas com cartões de crédito, outras operações financeiras, profissionais liberais e usuários residenciais, além de órgãos públicos.
A operadora de telefonia e internet que é responsável por atender a região informou que está construindo um “anel de redundância” de sua rede no Norte, com investimento estimado em R$ 20 milhões. O objetivo seria proteger a rede que constantemente é impactada por rompimentos de terceiros. A fibra ótica percorrerá um trecho de 470 quilômetros entre Alta Floresta e Juína interligando os municípios de Juruena e Castanheira, formando um anel ótico para proteger a rede de telecomunicações, alcançando os municípios de Sorriso, Nova Mutum, Guarantã do Norte, Nova Monte Verde, Sinop, Alta Floresta e Lucas do Rio Verde.
Esta semana, o ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, disse que a nova fase do Programa Banda Larga para Todos tem como meta garantir o acesso ao serviço para 95% da população, até 2018 e, para chegar a esses números, o governo terá o desafio de criar condições para baratear o custo do serviço, inclusive em comunidades de difícil acesso.
“Há um estudo das Forças Armadas que quer fazer fibra ótica subaquática em todos rios da Amazônia. Passar na floresta é algo absolutamente complexo. Portanto é mais rápido lançá-las nos rios da região”, disse Berzoini durante audiência na Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado.
Segundo o ministro, serão necessários entre R$ 6 bilhões e R$ 8 bilhões para o projeto. “Para localidades onde a fibra ótica não tenha chegado, a ideia é usar satélites. Ano que vem lançaremos um satélite para comunicação militar que ajudará a levar internet para locais onde a fibra ótica não é acessível”, disse Berzoini ao lembrar que as constantes mudanças tecnológicas encarecem os serviços prestados pelo setor de telecomunicações.
No país, a maioria da população, cerca de 46% navegam em uma taxa que varia de 2Mbps a 12Mbps. Aproximadamente 20% navegam em taxas superior a 12 Mbps, e 3,6% têm internet acima de 34 Mbps. 24,7% têm internet com taxas de velocidade que variam de 520 Kbps a 2 Mbps, sendo que apenas 4,5% navegam com velocidade inferior a 520 Kbps.