A onça parda atropelada, no dia 11 do mês passado, na rodovia Emanuel Pinheiro, não resistiu a mais uma intervenção cirúrgica e morreu, esta manhã. O animal já estava muito debilitado em decorrência dos ferimentos e ontem teve que passar por mais uma cirurgia para recolocar o osso fraturado que sofreu uma lesão exposta. O felino morreu na Sede do Batalhão de Polícia Ambiental (BPA), em Várzea Grande. O corpo será colocado à disposição de estudos para a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
Ontem pela manhã, o animal, que estava em recuperação no batalhão, seguia para rotina de curativos com a equipe médica da UFMT. A professora Sandra Helena Correa, especialista em Clínica de Animais Silvestres, era quem coordenava os procedimentos com outros três médicos veterinários residentes. O animal já estava muito debilitado em decorrência das lesões, já havia emagrecido sete quilos e estava muito agressivo por conta da limitação quanto a locomoção e ao ambiente.
Ao perceber que a cicatrização não seguia saudável, o osso fraturado havia sido exposto novamente e que a onça mesmo sedada reagia aos movimentos de higienização das feridas, a equipe decidiu remover o animal para o Hospital Veterinário da Universidade para avaliar a melhor maneira de tratar os ferimentos. Durante a tarde, o animal passou por mais um procedimento cirúrgico para reposicionar a fratura exposta e feita a troca de curativos.
No entanto, esta manhã, gerente de Fauna da Sema, José Ronoaldo Ferreira, chegou a sede do batalhão e quando foi alimentar o animal constatou o óbito. Ele relata que nos últimos dias ela já vinha apresentando sinais de fraqueza. “Nesta última semana ela já recusava a comida e ficava só deitada”.
A equipe de veterinários responsáveis pelo tratamento do animal já foi informada do óbito, o animal ainda esta no batalhão aguardando a remoção para a UFMT, onde será feito o estudo sobre a causa morte.
O coordenador de Faunas e Recursos Pesqueiros da Sema, Marcos Ferramosca, alerta que a estrada que liga Cuiabá a Chapada dos Guimarães é considerada uma 'estrada parque' e que merece atenção dos condutores devido ao alto fluxo de animais em travessia na pista. "Mesmo com a sinalização, os motoristas ainda trafegam em alta velocidade e acabam atropelando e até matando muitos desses bichos".
Atualmente, a Sema cuida de 54 animais que estão na Sede do Batalhão de Polícia Ambiental, recolhidos a partir de denúncia de criação em cativeiro, tráfico de animais, entrega voluntário e atropelamentos, são aves, répteis, felinos e primatas.