Nova Ubiratã, Colniza e Aripuanã, que estão entre os 10 mais críticos da Amazônia, para ocorrências de queimadas receberão curso para capacitação de 75 brigadistas este mês. Do dia 8 até 12, será em Nova Ubiratã, cidade que no ano passado registrou 6.137 focos de calor segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o 4º maior do Estado. Já de 11 a 15, é a vez de Colniza, a 2ª maior colocada, com 7.544 focos de calor no mesmo período. Apesar de estar em 23º na lista de focos de calor, Aripuanã, que registrou 2.402, também receberá atenção especial por abrigar uma importante unidade de conservação estadual, a Reserva Extrativista Guariba Roosevelt.
A superintendente de Educação Ambiental da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), o principal objetivo desse treinamento é garantir atendimento às principais unidades de conservação que integram o Fundo Amazônia e que são da responsabilidade do governo do Estado proteger de incêndios florestais, como o Parque Estadual Igarapés do Juruena, Estação Ecológica do Rio Roosevelt, Parque Estadual do Tucumã e Estação Ecológica do Rio Madeirinha (todas essas dentro da área de Colniza); e Estação Ecológica Rio Ronuro (área de Nova Ubiratã). Além da Reserva Roosevelt. "Nós elegemos essa região que normalmente fica entre os 10 municípios com maior incidência de queimadas por ter maior índice de desmatamento de floresta e estar mais propenso a pegar fogo", informou, através da assessoria.
Vânia esclarece que outra iniciativa da Sema será enviar ainda no início de maio uma carta aos 141 municípios do Estado solicitando que as prefeituras e o Ministério Público de cada região realizem um 'protocolo de intenções'. A proposta é que os municípios também desencadeiem ações preventivas com o intuito de reduzir as ocorrências de queimadas. A melhor forma de se evitar o problema é a partir de ações educativas, uma delas é a mudança das práticas de uso do solo. Ainda é comum usar fogo para limpeza de terrenos, pasto ou mesmo dar fim ao lixo urbano. "Mas aos poucos as pessoas precisam se conscientizar que os antigos hábitos não são bons para o meio ambiente, nem para a própria saúde. Temos relatórios que mostram o impacto das queimadas na saúde da população, a qualidade do ar é imprescindível à qualidade de vida humana. Mesmo que o fogo esteja na área rural, compromete o ar que se respira nas cidades."
Mato Grosso registrou 2.8555 focos de calor entre 1º de janeiro e 22 de abril deste ano, conforme dados do Inpe, número 50% maior que no mesmo período do ano passado, quando 1.911 focos de calor foram identificados. Desse total, apenas 84 queimadas foram autorizadas pela Sema, por estar fora do período proibitivo, que é entre 15 de julho e 15 de setembro.