A Superintendência de Mato Grosso do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis em Mato Grosso (Ibama), juntamente com parceiros do projeto Áreas de Soltura de Animais Silvestres (Asas), repatriará e devolverá à liberdade 240 animais provenientes de apreensões e de nascimento em cativeiro vindos dos estados do Ceará e de São Paulo. O primeiro lote, composto de aves e répteis, veio do Criadouro Conservacionista de Animais Silvestres, da Universidade do Vale do Paraiba (Univap), de São José dos Campos (SP).
O grupo de aves é composto 29 canários-da-terra (Sicalis flaveola), nove trinca-ferros (Saltator similis), 24 papagaios-verdadeiros (Amazona aestiva), dois papagaios-do-mangue (Amazona amazonica), 11 araras-canindé (Ara ararauna) e uma arara-azul-grande (Anodorhynchus hyacinthinus). De répteis, vieram sete iguanas (Iguana iguana) e 80 jabutis (Chelonoidis carbonaria). Acompanhados de uma equipe de cinco técnicos, incluindo-se dois médicos veterinários, percorreram mais de 1,8 mil quilômetros para serem reintroduzidos em áreas de soltura cadastradas no Ibama de Mato Grosso.
O segundo lote também veio de São Paulo, do Centro de Reabilitação de Animais Silvestres do Parque Ecológico do Tietê (Cras/Pet/SP), composto por 33 iguanas e 31 papagaios, dos quais 16 são papagaios-verdadeiros e os demais são papagaios-do-mangue.
O último lote traz dez quelônios, sendo nove tartarugas-da-amazônia (Podocnemis expansa) e um tracajá (Podocnemis unifilis), que estavam no Centro de Triagem de Animais Silvestres do Ibama do Ceará (Cetas/CE).
Todos os animais foram submetidos a exames clínicos para comprovar a sanidade. Cada psitacídeo recebeu uma anilha metálica como marcação individual e uma pintura vermelha, temporária, para diferenciar o macho da fêmea durante o período de monitoramento. Os répteis receberam um microchip para futura identificação e acompanhamento.
Segundo a coordenador do Núcleo de Fauna do Ibama-MT, César Soares, o projeto ASAS em Mato Grosso tem tido grande êxito na reintrodução de aves na natureza. “Aves domesticadas, depois de readaptadas, retornaram a natureza, foram admitidas em bandos nativos e já estão procriando normalmente”, afirma o coordenador.