A formação de jovens profissionais qualificados para atender às demandas do mercado de trabalho só será possível quando o Brasil investir na educação básica de qualidade pautada em competências e habilidades e não apenas em tecnicismo, ensinando as crianças desde cedo a serem pensadoras e formando-as para o mundo. A afirmação foi feita pelo secretário de Desenvolvimento Econômico, Seneri Paludo, que participou, ontem, do painel "Os pilares do desenvolvimento social" realizado na 1ª edição do “Cresce MT”, no Cenarium Rural.
De acordo com Paludo, o apagão de mão de obra qualificada pelo qual o país passa só será resolvido se as crianças daqui começarem a ter uma educação pautada em conceitos educacionais mais amplos, ao invés de apenas técnicos. E citou como exemplo a mudança corajosa que o Japão vem fazendo. O país adotou apenas cinco matérias ao ensino básico: aritmética, leitura, cidadania, computação e a obrigatoriedade de quatro idiomas. “O Japão está formando cidadãos para o mundo, e nós precisamos estar preparados porque em alguns anos eles estarão concorrendo com nossos jovens no mercado de trabalho”.
A opinião do secretário foi compartilhada por um dos palestrantes do evento, o economista Ricardo Amorim. “Acho que a saída pode estar aí, nesse modelo japonês. Se nós queremos mudanças na política e na economia, o melhor começo é pela educação. Temos que ensinar nossas crianças a pensar”, disse Amorim, que foi categórico ao afirmar que a única saída para a crise econômica é o investimento em educação.
O secretário também destacou que Mato Grosso precisa aproveitar o bom momento pelo qual passa o agronegócio, mesmo em tempos de crise, para agregar valor à produção por meio da industrialização, o que exige mão de obra qualificada, com capacidade não apenas técnica, mas com perfil pró-ativo e analítico.
Ele lembrou que o Estado está melhor economicamente em relação ao país devido à sua vocação econômica, mas acrescentou que é necessário estar preparado. “O que segurou a balança comercial foi o agronegócio e ele ainda continuará segurando por alguns anos, mas nós precisamos estar preparados e aproveitar esse momento para agregar valor à nossa produção”, disse a uma plateia de cerca de 1.400 pessoas.
Com o tema “Educação, política e economia, por uma sociedade melhor”, realizado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT) e Federação da Agricultura de Mato Grosso (Famato), o evento reuniu poder público, sociedade civil organizada e empresas privadas, todos com um único intuito, de discutir a atual crise econômica e suas soluções.
Para o presidente da Famato, Rui Prado, o evento foi um começo para que todos comecem a pensar e contribuir para que se possa melhorar a educação no país e consequentemente a política e a economia.