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Governo e empresa internacional farão projeto para beneficiar Parque Cristalino no Nortão

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O governador Pedro Taques (PDT) e a secretária de Estado de Meio Ambiente, Ana Luiza Peterlini, assinaram, ontem, um protocolo de intenções com a empresa internacional Permian Global. A proposta inédita no país é desenvolver um projeto conjunto de Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD+) em unidades de conservação estaduais, iniciando com o Parque Estadual Cristalino. Além de ações que preveem preservar a biodiversidade, agregando valor à floresta em pé, o parque poderá se transformar em um centro de pesquisa científica, educação ambiental e centro de peregrinação turística da Amazônia em Mato Grosso.

Taques destacou que o protocolo não poderá ficar apenas no papel, requer planejamento e ações práticas que permitam o pagamento pelos serviços ambientais, mas sem abandonar a meta de fortalecer os instrumentos de comando e controle por parte do Estado, a partir do acordo de resultados firmado com a atual gestão da Sema. “Na nossa administração apoiaremos essa iniciativa, mas não podemos ficar só na intenção, ou enaltecendo o potencial, porque de boas intenções o inferno está cheio, precisamos de ação”.

Para a secretária Ana Luiza, esse é um projeto inovador e audacioso que visa garantir a valorização dos ativos florestais, principalmente das unidades de conservação estaduais, que não são poucas, ao todo 43 unidades no Estado. Inicialmente o projeto será desenvolvido exclusivamente nessas áreas públicas, mas poderá se entender para as áreas privadas. “Hoje é uma obrigação conservar as áreas de preservação permanente e também a reserva legal, mas, por outro lado, nós queremos que isso deixe de ser apenas obrigação para que o proprietário entenda sobre a necessidade e importância disso como investimento, já que poderá receber financeiramente”.

Questionada sobre a demora do processo de concretização dos projetos de REDD+ em Mato Grosso, Ana Luiza Peterlini, que atuou ao longo de 20 anos como Promotora de Justiça na área ambiental, explica que esse tipo de mudança de hábito e de conscientização ecológica não acontece rapidamente, é gradual, lenta. É preciso que as pessoas aos poucos compreendam que é importante preservar o meio ambiente inclusive para reduzir os gases de efeito estufa. “Este ano teremos vários países reunidos em Paris para a conferência climática. Está provado que são as ações humanas poluidoras as principais responsáveis pela elevação e mudança do clima no planeta. Mudar isso passa necessariamente pela conservação da floresta”.

O diretor da empresa, Miguel Milano, afirmou que a parceria com o Governo de Mato Grosso é extremamente positiva. Atualmente a empresa desenvolve ações em vários, entre eles, Colômbia, Guiana, Peru, Gana, São Tomé e Indonésia, mas nenhum deles tem a dimensão territorial e econômica mato-grossense. A proposta é adotar o projeto desenvolvido aqui como modelo para o Brasil. O protocolo oferece uma cobertura jurídica mínima para detalhar o processo e trocar informações. “Nós queremos proporcionar a uma unidade de conservação criada no papel ‘existir de fato’, ou seja, colocar em prática a missão que compete a ela na conservação da biodiversidade, beleza cênica, pesquisa científica, educação ambiental e turismo, como ocorre hoje com o Parque Nacional do Iguaçu”.

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