O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra liberou, esta tarde, o tráfego de veículos na BR-163, no KM 943, próximo a Itaúba (90 km de Sinop), na BR-070, em Cáceres, e MT-158, em Tangará da Serra. O recuo aconteceu após a confirmação de uma audiência com representantes de Brasília e Cuiabá do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), às 9h, nesta quinta-feira, na sede do órgão, em Cuiabá. “Vamos novamente apresentar nossa pauta de reivindicações ao Incra. Até a audiência, os bloqueios ficam suspensos. Depois da reunião, o MST vai avaliar a resposta e decidir se podem haver novas interdições”, explicou, ao Só Notícias, um dos coordenadores estaduais do movimento, José Vieira.
Conforme Só Notícias já informou, os bloqueios começaram hoje de manhã e durante aproximadamente duas horas o tráfego foi liberado. Apenas ambulâncias passaram e filas de caminhões e carros nas três rodovias se formaram.
O MST aponta que não houve cumprimento do acordo feito com o movimento durante as manifestações no final de fevereiro. “Tivemos uma audiência no dia 25 e eles não cumpriram nada do combinado. As famílias decidiram ocupar as rodovias para ver se avança a pauta”, explicou.
Entre as cobranças estão vistorias de 12 fazendas para assentamentos em 8 municípios, incluindo Cláudia e Nova Santa Helena (Nortão), emissão de pareceres e vistorias em mais 5 fazendas, perícia judicial em 3 propriedades, topografia em quatro assentamentos, cadastro de famílias, homologação e créditos de apoio inicial dos assentamentos Keno, Olga Benário, Novo Renascer, 12 de outubro, Nova Conquista, Sílvio Rodrigues e Egídio Brunetto, retirada dos invasores do assentamento Terra de Viver, em Cláudia e liberação de 2,5 mil cestas básicas para os assentados.
Os manifestantes também reivindicam a conclusão das obras nos assentamentos Keno, Olga Benário, Novo Renascer e Terra de Viver, que foram iniciadas em 2013 e, segundo eles, estão “se arrastando até este momento”. No Projeto de Assentamento Mártires do Carajás é cobrada a construção de uma ponte e um poço artesiano para atender as famílias e a agroindústria, que foram “pautados há mais de seis anos e são um descaso desse órgão”. A abertura e asfaltamento de estradas, além das ligações do programa “Luz para Todos” do governo federal, também estão na pauta de reivindicações.