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Nortão: coordenadora é exonerada a pedido de indígenas mas ocupação de prédio permanece

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O ministro da Saúde, Arthur Chioro, exonerou Sanna Rochelle Aparecida Sarmento, do cargo de coordenadora do distrito de Saúde Indígena Kayapó em Mato Grosso. O afastamento da  era uma cobrança antiga de nove etnias da região de Colíder (160 quilômetros) que não concordavam com a nomeação e chegaram a bloquear a BR-163, próximo a Itaúba, por vários dias no início de janeiro. As informações foram confirmadas, ao Só Notícias, por um porta voz do cacique Raoni Mektuktire.

Apesar de liberarem o tráfego na rodovia, os indígenas permaneceram ocupando o prédio do distrito de saúde, em Colíder, como forma de protestar contra a permanência de Sanna no cargo. Há cerca de duas semanas, o juiz federal Murilo Mendes determinou a desocupação. Dois oficiais de justiça, acompanhados de um representante da Polícia Federal, entregaram a notificação e receberam as chaves do prédio. Porém, depois que os oficiais foram embora, os indígenas retornaram.

Segundo o porta voz do cacique a coordenadora foi responsável por paralisar os veículos utilizados em caso de emergências médicas. “Além disso, 28 funcionários terceirizados do setor administrativo estão sem receber salários desde janeiro, e alguns estão passando necessidades devido a tal situação”, afirmou.

Porém, mesmo com a exoneração de Sanna, os manifestantes permanecem no prédio, pois não querem que o substituto, Paulo Roberto Rodrigues, seja nomeado. “Quanto a indicação do novo coordenador, as etnias estão de acordo 09 etnias que seja nomeado um profissional do distrito. O nome já foi enviado para Secretaria de Saúde Indígena (SESAI), pois o mesmo possui perfil e experiência adequada para dar prosseguimento as nossas demandas. Informamos que, caso o substituto seja mantido, as lideranças indígenas, juntos com os conselheiros locais, não se responsabilizam pela integridade física do mesmo”, ressaltaram, por meio de nota enviada ao Só Notícias.

Durante os bloqueios, os indígenas ainda reclamavam, conforme Só Notícias informou na época, falta de assistência na área de saúde, obras de saneamento e postos de saúde inacabados; falta de remédios e profissionais, diminuição no número de viaturas, falta de infraestrutura nas bases de atendimento, ausência de combustíveis para carro, barco e avião, além de motores geradores e placas solares que utilizam para obter energia e conservar medicamentos e carência de horas de voo para urgências.

No total, são 4 mil indígenas nas aldeias da região.

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