Terminou neste domingo a expedição do Governo do Estado percorreu aproximadamente mil quilômetros por estradas (a maioria de terrra), entre Matupá e Santa Cruz do Xingu, atravessando cidades, distritos e o Parque Nacional do Xingu. A maior parte do trecho está em péssimas condições para o tráfego de caminhões e veículos, com incontáveis buracos, pontes de madeira deterioradas, lamaçais e atoleiros. O trajeto foi conhecido debaixo de muita chuva, o que só aumentou o desafio da expedição que teve como missão mapear a situação das mais importantes rodovias estruturantes que ligam o Nortão ao Xingu.
Houve uma série de paradas em diferentes localidades para ouvir as principais demandas dos moradores. Em geral, eles relataram as dificuldades para ter acesso a serviços públicos e escoar a safra da região, que é apontada como a última fronteira agrícola de Mato Grosso, que detém a maior produção do planeta.
Para um trecho de estrada de chão de aproximadamente 12 km que é uma importante via entre Matupá e o Distrito de União do Norte, onde vivem mais de dez mil habitantes, o Governo buscará recursos financeiros para pavimentar o local.
A estrada com percurso mais complicado foi a MT-322 (antiga BR-080), que passa pelo Parque Nacional do Xingu e esta repleta de atoleiros. As carretas com cargas e carros pequenos são os que mais sofrem. Durante o percurso, foram vistos caminhões e veículos que ficaram atolados e muitos outros com dificuldades para atravessar grandes lamaçais.
Durante os encontros realizados nas localidades, os moradores pediram ao governo que a rodovia seja federalizada. O secretário de Infraestrutura e Logística, Marcelo Duarte se comprometeu em levar a demanda ao governador Pedro Taques, que poderá efetuar a articulação junto à bancada federal de Mato Grosso. “Queremos chamar a responsabilidade do Governo Federal para que contribua com a melhoria desta rodovia, que não passou por manutenções nos últimos anos”, comentou.
A expedição fez uma parada especial na Aldeia Piaraçu, onde o cacique Megaron Txucarramãe pediu ao Governo a manutenção da balsa que é utilizada para atravessar o rio. A Sinfra vai enviar um mecânico para conferir as condições da balsa e destacar uma patrulha mecanizada para poder minimizar a situação da MT-322 recuperando com pontos com os mais graves atoleiros. “Esperamos que o Governo possa nos ajudar, pois essa estrada é muito importante para os índios do Xingu”, comentou o cacique.
A comitiva seguiu viagem percorrendo um dos principais corredores para o escoamento da safra na região do Araguaia. Passaram pelos 72 quilômetros da ‘Estrada do Guardanapo’ que liga Espigão do Leste (Baianos), distrito de São Félix do Araguaia, até o entroncamento com a BR-158. A estrada é utilizada para retirar a safra das lavouras localizadas desta região, que é uma das que mais cresceu nos últimos anos. Duarte disse que primeiramente será feita uma parceria por meio do modelo de “consórcio” entre o Estado e os produtores, prefeituras e empresários para que seja dada a manutenção na rodovia.
Será analisada a possibilidade inclusão de um trecho no programa MT Integrado localizado na região de São José do Xingu.
Já no município de Santa Cruz do Xingu, o Governo poderá retomar as obras na MT-430, na região do Araguaia, que tem financiamento do BNDES e não foram finalizadas na administração anterior. Ainda faltam cerca de 50 quilômetros. Em outras rodovias importantes da região, serão feitas mais parcerias com os produtores rurais em busca de soluções logísticas.
“Mais de 70 anos após o início da expedição Roncador-Xingu, liderada pelos irmãos Cláudio e Renato Villas-Bôas, a região ainda permanece selvagem, isolada, mas encantadora. Viemos trazer esperança e soluções para brancos e índios desta região fantástica. Vamos nos enforcar para atender as expectativas e minimizar os gargalos logísticos”, declarou Marcelo Duarte.
Alguns prefeitos da região fizeram parte da comitiva. “Vi essa viagem com expectativa, entusiasmo e otimismo e acredito nesta equipe que acaba de assumir o Governo. E o que nós estamos pleiteando é o benefício para coletividade, que é a melhoria da qualidade das estradas na medida do possível, pois sabemos as dificuldades econômicas do Estado”, declarou o prefeito de Marcelândia, Arnóbio Vieira.
Além das estradas, houve outras reivindicações. Para moradores que estão entre Matupá e União do Norte, o Gabinete de Desenvolvimento Regional, sob o comando do secretário Eduardo Morura, irá buscar a regulação fundiária da região, um sonho antigo dos moradores. “A ideia deste projeto foi levantada pelo Fundo Amazônia, que busca a regularizar a situação fundiária dos municípios mato-grossenses da Amazônia Legal para que eles nos forneçam recursos para que a gente possa executar esse trabalho”, explicou.
(foto:Chico Valdiner)