Cerca de 200 taxistas se mobilizaram, esta manhã, para exigir que 100% do aumento da frota sejam destinados aos trabalhadores. Após 20 anos sem mudanças, foi aprovado o projeto de lei que garante o acréscimo de 187 concessões na cidade. Vereadores ouviram as cobranças, na sede da Associação dos Condutores Arrendatários de Cuiabá (Ascra). A vice-presidente, Valquiria Maria da Costa, expôs que a lei não ampara os taxistas “Queremos ouvir do prefeito se vão ficar confirmados estes 40%. Essa quantidade para os empresários é uma injustiça porque eles já têm muito táxi. Vai tirar de nós para dar mais para eles. Não é justo”, expôs.
De acordo com Valquiria, um taxista paga de R$ 150 a R$ 200 diariamente aos donos dos pontos, além da manutenção, combustível e prestação do veículo. Para ela, a quantia é alta, uma vez que mais de 70% do que é arrecadado, vai ao empresário e aos custos do carro.
Ela afirmaa que os "pontos foram liberados"para os taxistas e mencionou que o posicionamento foi dado pelo presidente da câmara Júlio Pinheiro.
O presidente da Ascra, Carlos César Queiroz, completa que a categoria exige que 100% do aumento da frota seja destinado aos trabalhadores. “Cerca de 80% da classe está reunida para pedir para o prefeito e para os vereadores que ele regulamente esta lei, de acordo com o que eles prometeram para nós. Nós queremos que ele reverta isso para que os empresários não venham concorrer, porque eles já tem mais que a maioria. Nós queremos que os 180 pontos sejam destinados aos condutores”.
Os vereadores Oséas Machado (PSC) e Juca do Guaraná (PTdoB) disseram que projeto de lei pode ser repensado. “Temos que ver com a nossa assessoria jurídica para ver este cumprimento da lei, ou alguma emenda, para ver o que pode ser feito, as possibilidades”, disse Juca.
Oseas destacou que os 40% são para garantir o acesso de Portadores de Necessidades Especiais (PNE) nos veículos. “Esta porcentagem será destinada às empresas, porque o taxista comum não pode adequar para atender quem é deficiente. Agora, quem tem mais pontos, já pode atender esta exigência. Então, é por isso que vamos destinar”.
Sobre a taxa diária cobrada aos taxistas, o vereador disse que a Câmara não quis se envolver, devido à demanda ser de responsabilidade da prefeitura de Cuiabá. No entanto, ele salientou que o legislativo pode reaver alguma emenda para atender os trabalhadores.