Unidade de Terapia Intensiva Infantil do Hospital Santo Antônio, em Sinop não está recebendo mais pacientes. A medida foi tomada nesta segunda-feira (16) e segue por tempo indeterminado, motivada pela redução de médicos na unidade de saúde. Os profissionais deixaram o hospital alegando falta de pagamentos dos salários.
Conforme a carta do médico chefe da UTI Infantil, André Vieira da Cruz, encaminhada ao presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado (CRM-MT), Gabriel Felsky, a equipe médica pediu desligamento do quadro pela falta de pagamento. O profissional alega que o último repasse foi feito em maio de 2014.
No documento, o médico chefe diz que o ponto crítico foi em fevereiro deste ano, quando todos os profissionais restantes definiram que não fariam mais plantões a partir de 1° de março. “Comuniquei em 10 de fevereiro de 2015 aos diretores clínico, financeiro e técnico do Hospital Santo Antônio que a UTI encerraria suas atividades a partir daquela data”, diz trecho.
André ressalta que desde março ele vem mantendo o atendimento da UTI, em esquema de plantões contínuos, até que todos os pacientes recebam alta ou sejam transferidos.
“Não foi possível o encerramento ainda, pois neste mês tivemos crianças que necessitam de cuidados de terapia intensiva. Mesmo estando como único médico do serviço, com repasses salariais atrasados e sem perspectiva de manter a unidade aberta, para que tais pacientes tivessem suas vidas preservadas eles foram admitidos na unidade”, destaca.
O Estado confirma um atraso nos repasses, porém afirma que nesta quarta-feira (18) foi feito um repasse de quase R$ 3,6 milhões, referentes aos meses de setembro até dezembro do ano passado.
Sobre o atraso de pagamento, referente aos plantões dos médicos, o governo diz que não é responsável, apesar do hospital.
Sorriso – Um problema parecido acontece no Hospital Regional de Sorriso (420 km ao Norte). Segundo a assessoria de Comunicação da OSS que administra a unidade, a falta de materiais para realização de exames, em pacientes que estão na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e o atraso de salário dos médicos estão prejudicando o andamento das atividades.
Ainda conforme informações da assessoria, a situação está piorando cada vez mais e a falta de remédios já é cogitada, pois o governo não tem feito os repasses há 2 meses e alguns fornecedores não estão recebendo.
A respeito disso, a secretaria estadual de Saúde afirma que a unidade é gerida pela Organização Social de Saúde (OSS), por isso não é de sua responsabilidade a administração do local.