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Após incêndio em edifício de Cuiabá moradores apresentam problemas de saúde

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Cinco meses após o incêndio em um edifício, em Cuiabá, moradores ainda sofrem com as consequências do episódio. Além das perdas materiais, alguns das vítimas, desenvolveram doenças respiratórias e estão insatisfeitas com o apoio prestado pela construtora que fez a edificação. Condôminos também não descartam entrar na justiça para reaver os prejuízos causados pelo incidente.

Em um relato publicado em uma rede social, o morador Bruno Castro descreveu uma série de aborrecimentos e problemas após o incêndio. O mais grave está relacionado à saúde de seus filhos, que na época do acidente estavam com apenas 4 meses de vida.

As duas crianças e os pais tiveram que receber atendimento médico depois de descer as escadarias do prédio, que estava coberta por uma fumaça escura. “Ao chegar ao térreo, percebi que os bebês e nós estávamos com muita fuligem no nariz, boca e olhos. Liguei para meus pais e sogros que chegaram e levaram meus filhos para uma clínica junto com outras crianças do prédio. Meus filhos fizeram uma lavagem da via aérea superior”.

Apesar do atendimento, cinco meses depois do acidente os bebês ainda apresentam quadro crônico de doenças respiratórias. ”Nossos problemas ganharam uma proporção maior em nossas vidas porque em decorrência da inalação desta fumaça tóxica, nossos bebês desenvolveram um quadro crônico de crises respiratórias. No começo, ficamos por 15 dias indo todos os dias no hospital. Estamos com acompanhamento de pneumologistas e pediatras. Eles já tiveram desde o ocorrido, 8 crises de bronquite asmática, o que faz com que percam peso e não desenvolvam com a saúde que tinham antes do incêndio”.

Castro ainda ressalta que a ajuda dada pela construtora não supre todas as despesas, sendo elas materiais e de saúde. Desde novembro de 2014, a empresa deu início ao pagamento de uma ajuda de custo mensal no valor de R$ 3.500. O valor custearia os gastos com pagamento de alugueis ou estadias em hotel.

Para o morador, a quantia está aquém das perdas. “Ocorre que, no caso da minha família e de muitas outras, perdemos muita coisa, inclusive roupas. É impossível eu alugar um imóvel nesta condição, se não temos berço para os bebês, cama, colchão, geladeira, fogão, forno, enfim, tudo que seja necessário para uma moradia digna”, escreve Castro ao citar também os gastos com a saúde da família.

Reforma – Bruno Castro também questiona a construtora que, para fazer os reparos no edifício, tem se utilizado do seguro dos condôminos do prédio. “Ou seja, estão recebendo para refazer”. Ainda com relação à parte estrutural, o morador afirma que a construtora não buscou junto ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso (Crea-MT) o A Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), previsto em lei.

Riscos – O morador receia voltar a morar no edifício uma vez que, por instruções médica, foi informado de que o local possui resíduos que ficam impregnados no ambiente, cimento e outros locais. “Isso podem agravar sobremaneira a crise respiratória das crianças, além de poder ser cancerígeno na opinião de alguns profissionais, a exemplo do que aconteceu com a boate Kiss em Santa Maria”.

Bruno Castro afirma no final de seu relato que a única saída encontrada foi a judicialização do caso. “Infelizmente não é possível fazer um acordo com a construtora porque eles entendem que a responsabilidade não é deles […] e esperar do judiciário a sensibilidade que o caso requer”.

Outro lado – Por meio de nota, a construtora pontuou todas as ações e atendimentos aos moradores realizados desde o dia acidente. A empresa ressalta que “em atendimento a reunião do dia 18 de dezembro de 14, no início de Janeiro de 2015, foi repassado aos moradores do edifício o cronograma de execução da área externa aos apartamentos, que se encontra de acordo com as atividades programadas nos períodos, com prazo de finalização para 26 de abril”.

A empresa destacou que a ajuda de custo faz parte das ações de efeito apoio solidário aos moradores. A construtora frisa também que mesmo o empreendimento tendo sido entregue há 12 anos, no início da mesma manhã do dia 14 de outubro de 2014, uma equipe técnica foi destacada para ir até o local, à disposição do Corpo de Bombeiros para, se necessário, contribuir com informações para o resgate e evacuação dos moradores.

Quando ao acionamento do seguro para as obras de reparos, a assessoria da construtora explica que o prazo de responsabilidade do empreendimento é de seis meses, o mesmo já possui 12 anos.

A construtora pondera ainda que “em relação aos interiores dos apartamentos, para que se libere a execução dos mesmos pelos moradores ou pela empresa. Até a presente data a seguradora não se posicionou a respeito dos valores e quais os reparos serão cobertos para que se possa iniciar os reparos internos”.

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