Cerca de 400 manifestantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) se reuniram, esta manhã, no centro de Cuiabá, para protestar a favor da reforma política no país, além de levantar questionamentos sobre o governo federal e atual situação econômica do Brasil. Movimentos sociais, trabalhistas e estudantis, também fizeram parte do manifesto.
O presidente da CUT, João Luiz Dourado, disse que a manifestação é em favor da democracia e contra ao possível ato golpista, propagado nos últimos meses pelo país, e contra os atos que limitam o direito dos trabalhadores e também questionar as denúncias de corrupção que ganharam força .
“É um ato nacional em defesa dos direitos dos trabalhadores, pela retirada imediata das medidas provisórias 664 e 665, que retiram e impedem o acesso dos trabalhadores. Nós estamos também em defesa da Petrobras como um patrimônio público. Queremos que os corruptos e corruptores da Lava Jato sejam punidos, mas não permitiremos que a Petrobras seja destruída para satisfazer os interesses internacionais pela exploração do nosso petróleo”.
O diretor da central, Robinson Ciréia, disse que o movimento não é em resposta às manifestações marcadas para este domingo (15), e sim, em defesa da classe trabalhadora e a favor de mudanças políticas no governo.
“Não é em resposta ao dia 15, porque não dá para dar resposta antes do fato acontecer. Mas é uma resposta a defesa do direito dos trabalhadores, a questão da reforma política de verdade, a questão de respeito ao que estão falando de golpe e chamar os militares”.
Outra pauta debatida entre o movimento é a aplicação do plebiscito popular que convoca uma constituinte exclusiva do sistema político, ou seja, que promova a reforma política de acordo com as necessidades da população.
“Nós conseguimos 7,5 milhões de votos num plebiscito popular. Agora, queremos que este plebiscito seja oficial. Nós cobramos porque não confiamos no congresso. Este congresso foi eleito com o dinheiro das empreiteiras, das grandes empresas. Não vai fazer a reforma que retiram os privilégios. O povo precisa participar do debate da reforma política e isso só por meio de uma constituinte”.
Quem esteve no ato foi o ex-vereador Lúdio Cabral (PT). Ele, que disputou e perdeu as últimas eleições para governador do Estado, salienta que o movimento busca soluções específicas para toda problemática que o país enfrenta, sem deixar de pontuar críticas ao governo no qual a categoria deu apoio.
“O movimento de hoje é um movimento com a pauta específica propositiva, em alguns aspectos de crítica forte ao nosso governo, da nossa presidenta Dilma, mas pautada no diálogo na busca de solução para os problemas do nosso país”.
Ele ainda criticou a postura da oposição. Para o petista, os partidos não aceitaram o resultados das urnas de 2014 e buscam tratar medidas apelativas, afim de buscar um possível terceiro turno ao país e promover o impeachment contra a presidente.
“No Brasil a oposição quer vivenciar o terceiro turno em função do mau momento da economia, em função das denuncias de corrupção, em função das mobilizações, para fragilizar o governo e buscar, talvez, o impeachment. E o impeachment não resolve os problemas do nosso país e não está na pauta concreta do nosso país hoje”.