O procurador-geral de Mato Grosso, Patrick Ayala, protocolou dois ofícios na Secretaria de Patrimônio de União (SPU) e na Fundação Nacional do Índio (Funai) para obter esclarecimentos sobre a demarcação de terras no Vale do Araguaia. Ele questiona a retomada de áreas pela União em Luciara, Canabrava do Norte, Novo Santo Antônio, Porto Alegre do Norte, Santa Terezinha e São Félix do Araguaia.
No primeiro ofício, o procurador-geral perguntou sobre a finalidade da portaria expedida pela União e apontou que não tem “conhecimento formal do que se trata”, alertou Patryck. No segundo documento, ele cobra dados sobre o número, a extensão e a localização das terras indígenas demarcadas ou ampliadas em Mato Grosso. Também indaga sobre o aumento de demarcações após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) no caso Raposa-Serra Sol, em Roraima.
Além do procurador de Mato Grosso, prefeitos, associações de municípios e parlamentares de Mato Grosso e Tocantins procuraram a SPU para obter esclarecimentos
Conforme informações da SPU, o reconhecimento e a garantia de diretos é o principal objetivo da política de regularização do órgão. A secretária responsável, Cassandra Maroni Nunes, frisou que os agricultores da região poderão comprovar a posse de suas áreas. "A demarcação não significa que a União não possa reconhecer ou regularizar os títulos já existentes".
Segundo ela, a SPU procurará os governos de Tocantins e Mato Grosso para reconhecimento dos títulos emitidos anteriormente. A secretária também anunciou a formação de um grupo de trabalho com os prefeitos para que o processo de demarcação seja acompanhado de forma transparente e colaborativa.