Buracos, ausência de sinalização, péssimas condições nos acostamentos e em alguns casos nem existência dos mesmos, figuram como alguns dos problemas enfrentados por caminhoneiros e demais motoristas que utilizam as rodovias estaduais e federais em Mato Grosso. Devido ao período de chuvas, a situação das vias têm se agravado ainda mais. Exemplo disso é a MT-249, trecho entre os municípios de Campo Novo do Parecis e Nova Mutum.
Em vídeo replicado pelo aplicativo Whatsapp, um passageiro mostra as atuais condições da localidade. É possível ver grande quantidade de buracos, sendo que um deles chega a ocupar toda a largura da pista. Além de caminhões, que já contam com dificuldade de trafegar pelo local, motoristas de veículos de menor porte também relutam para passar pela via. A presença das chuvas acentua ainda mais a situação caótica do local, pois além da estrada ficar alagadiça, os buracos tomam proporções ainda maiores. Em determinado momento do vídeo, o autor da gravação chega a denominar o trecho como uma espécie de “rally”.
Proprietário de uma fazenda a 90 quilômetros de Nova Mutum, Claudecir Pavlack, conta que para chegar até ao município tem gastado cerca de 1h30. “Quando a rodovia estava em boas condições, esse trecho conseguíamos percorrer em menos de uma hora. A situação está terrível, é impossível trafegar na via. Estamos preocupados, pois entre os meses de janeiro e fevereiro já começam as safras. O frete para transportar as cargas que era R$ 1, agora já está R$ 2. Além disso há ainda casos de profissionais que se recusam a aceitar o serviço de transporte para a nossa região, devido as condições da MT-249”.
Segundo Claudecir, o transtorno junto a rodovia estadual vem se repetindo há dois anos. Ele conta que fazendeiros que possuem poder aquisitivo maior, na época da seca, tapam os buracos com terra e pedregulhos. Mas pouco adianta, pois quando as chuvas chegam, a terra se espalha por toda a via e os buracos volta a aparecer. Ainda em relação ao frete na região, o fazendeiro afirma que os caminhões estão gastando cerca de 3h30 a 4 horas para trafegar no trecho entre Campo Novo do Parecis e Nova Mutum. “São apenas 90 quilômetros. Os motoristas de caminhão dirigem a 30km/hora, no máximo. Os carros de passeio chegam a atolar em determinados buracos da pista. Além disso, há ainda os danos aos veículos.Muitos ficam com pneus furados e outros problemas após passarem por este trecho”.
Caminhoneiro há 15 anos, Hugo Rocha, 44, mora em Campo Novo do Parecis (396 km a noroeste de Cuiabá) e conta que o caos vivenciado pelos motoristas que passam pela MT -249 é histórico. Segundo ele, todos os anos a situação é a mesma. “Todo ano a via é recapeada, mas é só começar o período de chuva que os buracos voltam a aparecer. E a cada ano a situação fica pior”, conta. De acordo com Hugo, além da dificuldade de trafegabilidade, as más condições da rodovia estadual trazem consequências para os veículos e também para o tempo de viagem, que aumenta devido a quantidade de buracos e más condições de sinalização. O caminhoneiro, que estava em Cuiabá nesta terça-feira (30), pegou novamente a estrada no dia seguinte para poder passar a festa de Ano Novo com a família.