A principal produtora brasileira de girassol e milho de pipoca, a cidade de Campo Novo dos Parecis, se tornou conhecida como "a terra do etnoturismo", por conta da hidrografia privilegiada. O município é cortado por seis rios e atualmente possui 12 aldeias indígenas.
Um projeto da prefeitura local e de líderes indígenas, em parceria com o governo do Estado, foi lançado em 2016 para estimular o turismo na região, aliando a natureza privilegiada e a cultura indígena à ‘Rota Parecis’ – primeiro roteiro indígena de turismo de Mato Grosso.
A Rota Parecis proporciona ao turista a oportunidade de imergir na cultura indígena, visitando e convivendo com os índios, conhecendo suas casas, fazendo refeições e aprendendo um pouco mais sobre suas crenças e costumes.
Além do turismo indígena, o município também é conhecido pelas correntezas, com locais propícios à prática do rapel, rafting, canoagem, flutuação e mergulho livre. Entre os pontos turísticos da região estão:o Balneário Verde, a Ponte de Pedra e as cachoeiras Salto Belo, Utiariti e Quatro Cachoeiras.
O roteiro etnológico compreende convívio e trilha nas Aldeias Wazare, Quatro Cachoeiras e Salto Utiariti. De acordo com o secretário de Cultura e Turismo de Campo Novo do Parecis, Vanderlei Guollo, a formatação do roteiro surgiu de um trabalho realizado entre as comunidades indígenas, prefeitura e a Fundação Nacional do Índio (Funai). “O município está preparado para receber o turista. Fizemos esse roteiro juntamente com a comunidade indígena, justamente para enfatizar o turismo cultural”.
O cacique Rony Azoinace, da aldeia Wazare comentou sobre a questão social e o desenvolvimento econômico da comunidade. “Estamos com esse trabalho que era um sonho e que hoje se torna realidade para a nossa comunidade indígena, de poder trabalhar a cultura indígena junto com a preservação da natureza e principalmente a questão social da nossa comunidade. O etnoturismo vem propiciando a nossa comunidade uma alternativa de renda de forma sustentável, valorizando e difundindo a nossa cultura”.
Atualmente, de acordo com a Secretaria de Turismo do município, Campo Novo comporta 11 hotéis e mais de 500 leitos. Além de boa oferta na rede hoteleira, a cidade tem mais de 20 estabelecimentos de restaurantes, bares e lanchonetes.
Alguns dos atrativos são as aldeias como a Wazare com 35 membros, sendo a mais nova do município. Uma das atividades principais da aldeia é o turismo indígena, onde a cultura dos Paresí-Haliti está em cada detalhe por meio das apresentações de danças, cantos, histórias míticas, pinturas corporais, esportes tradicionais e comercialização de artesanato, sendo que o modo de vida local é a principal atração turística da comunidade. O local é perfeito para desbravar o Rio Verde com um passeio de barco e banho de rio.
Aldeia Quatro Cachoeiras está a 33 km da cidade e tem como cacique Narciso Kazaizase, nascido na aldeia Kotitico. É respeitado como um dos caciques mais tradicionais do povo Paresí-Haliti. A comunidade tem 98 habitantes sendo que todos eles são parentes do cacique: filhas, netos e bisnetos. O nome da aldeia é devido às quatro belas quedas d´agua paralelas formadas pelo rio Sacre.
A aldeia Utiariti está localizada a 128 km de Campo Novo e possui grande valor histórico, como a passagem do Marechal Rondon pela região e a missão Jesuíta. O salto Utiariti é umas das cachoeiras mais imponentes de Mato Grosso. Partindo da aldeia, com uma pequena caminhada, chega-se à parte superior da cachoeira onde há uma pequena piscina natural para banho com correntes de água quente e fria. Formado pelas águas do Rio Papagaio, tem queda de aproximadamente 90 metros e grande volume d’água, sendo perfeito para a prática do rapel. No local, há uma pequena trilha que leva ao mirante natural para apreciar a beleza do salto. Vista do alto, pode-se perceber o formato semelhante ao contorno do mapa do Brasil.
A Ponte de Pedra fica distante 78 km da cidade, na divisa dos municípios de Diamantino e Nova Maringá. A ponte é formada naturalmente pela escavação fluvial ao longo de milhares de anos e passa sobre o rio Sucuruína com grandes corredeiras e várias quedas d’água, entre elas as cachoeiras Pata de Onça e Ponte de Pedra.
A Cidade de Pedra é conhecida na região pela sua beleza e interessantes formações rochosas, conhecida pela etnia Paresí-Haliti como a “terra dos mortos”, que acredita que nas pedras descansam as almas de seu povo. Em relação às formações rochosas, vão aparecendo aos poucos durante a estrada em meio ao Chapadão do Parecis, tendo aproximadamente de 15 a 20 m de altura, com formato arredondado, pontas estreitas e cores avermelhadas.