A juíza Maria das Graças Gomes da Costa, da Vara da Infância e Juventude, condenou três menores envolvidos no assassinato do padre João Paulo Nolli, 35 anos, em outubro deste ano, em Rondonópolis (212 quilômetros de Cuiabá). A magistrada determinou cumprimento de pena medida socioeducativa de internação por prazo indeterminado com avaliações psicossociais a cada seis meses.
A internação permanecerá até cada um dos infratores completar 21 anos de idade. Os adolescentes apreendidos pela Polícia Civil como autores do assassinato tem idade variável de 16 a 17 anos. A informação foi postada pelo promotor de Justiça Ari Madeira da Costa, em sua página na rede social Facebook. A nota foi assinada em conjunto pela juíza Maria das Graças Gomes Costa.
O assassinato que chocou a sociedade mato-grossense aconteceu em outubro deste ano. Na ocasião, o padre João Paulo Nolli foi dado como desaparecido no dia 8 daquele mês. Porém, apenas 48 horas depois seu corpo foi encontrado em um terreno baldio no bairro Rosa Bororo no município de Rondonópolis.
As investigações da Polícia Civil identificaram como suspeitos três menores de idade. Após serem localizados, confessaram o crime. Pela versão dos infratores, os três estavam andando na rua quando foram abordados pelo padre que ofereceu uma carona em seu veículo. Os adolescentes contaram que entraram no carro e, no meio do caminho, discutiram com o padre e o mataram estrangulado.
Os três adolescentes ainda retiraram o padre de dentro do carro, o estrangularam do lado de fora e deixaram o corpo em um terreno baldio. Depois disso, se apropriaram do carro, da carteira com R$ 65 e o celular da vítima.
De acordo com a nota do promotor de Justiça Ari Madeira Costa, as investigações apontaram a autoria dos adolescentes apreendidos. Na data do crime, todos estavam em um shopping e saindo de lá, passaram em um bar. Após ingerir bebida alcoólica, partiram para suas casas e após um longo percurso a pé, decidiram fumar maconha.
“Tais afirmações são feitas com base nas filmagens que foram colhidas das câmeras de segurança espalhadas nas empresas ao longo das ruas em que caminhavam os adolescentes, bem como nas ligações telefônicas recebidas e efetuadas por eles, além de suas confissões”, diz um dos trechos da nota.
O promotor de Justiça Ari Madeira Costa afirma que está convencido de que o crime não foi premeditado diante do volume de provas produzidas pela Polícia Civil e Ministério Público Estadual (MPE). “Não há qualquer indício e seria irresponsável afirmar que os adolescentes haviam planejado previamente roubar, assassinar ou que estavam a serviço de terceiros. Na verdade, foi a primeira infração grave em que se envolveram. Pela quebra do sigilo telefônico, também é possível se afirmar que não houve qualquer contato anterior entre vítima e agressores. Isto é, tratou de uma mera carona (bondade, imprudência… isso importa agora?)”, completa.
Conforme a nota do promotor de Justiça Ari Madeira, um dos menores infratores reconheceu João Paulo. “Existem indícios de que, no momento das agressões que antecederam a subtração do veículo e outros pertences do padre, ele teria sido reconhecido por um dos adolescentes que já havia prestado serviços na Paróquia na construção de uma escada, decorrendo daí o receio dos agressores de serem identificados. Colhe-se, ainda, que o padre ainda chegou a lutar pela própria vida, pois se livrou dos agressores e saiu correndo e gritando por socorro, momento em que foi perseguido, imobilizado e abatido”.