Técnica, paciência, persistência e intuição para interpretar pistas, sinais ou rastros deixados por pessoas. Saber usar os cinco sentidos na identificação de pegadas, pedras movimentadas de seus locais originais, folhagem, galhos quebrados, cheiros, barulhos de animais em deslocamento e marcas de sangue. Essas são algumas das formas de rastreamento humano.
O método primitivo evoluiu ao longo dos anos, sendo bastante empregado para situações de captura e localização de criminosos. Hoje, a prática é considerada essencial para um policial que atua na fronteira. Em razão disso, noções da técnica de rastreamento e contra-rastreamento humano foram repassadas, neste final de semana, aos 37 alunos do Curso de Policiamento de Fronteira (CPfron).
A capacitação prepara os novos policiais que irão reforçar o efetivo do Grupo Especial de Segurança de Fronteira (Gefron). Segundo o coordenador do CPFron e o professor da disciplina, major PM Luiz Marcelo da Silva, é muito comum que criminosos tentem fugir pela mata durante uma perseguição ou quando se deparam com uma das guarnições do Gefron.
“Por isso a importância do conhecimento das técnicas de rastreamento e contra rastreamento humano, para que os policiais possam saber identificar os sinais desses criminosos na mata, localizá-los e prendê-los”.
Muitas vezes, os infratores também se utilizam de técnicas para enganar e confundir os agentes de Segurança Pública. Por isso, o curso também abordou o tema do contra-rastreamento humano. “Quando em fuga na mata, os criminosos tentam confundir os policiais, caminhando por rios, deixando várias pegadas em um mesmo local e em vários sentidos, para assim, tentar despistar a equipe e ganhar espaço na fuga”, explicou o major.
Durante a semana, os alunos receberam diversas instruções básicas e avançadas de tiro tático policial. Entre as técnicas ministradas, estavam a posição e postura tática para uso de fuzil e pistola, progressão tática, tiro embarcado em movimento, tiro policial na mata, além de instruções de maior complexidade, como a de tiro noturno utilizando Óculos de Visor Noturno (OVN).
“O intuito é saber como atirar, em que momento atirar e em que atirar”, relatou o comandante do grupamento, tenente-coronel PM Jonildo José de Assis. Pistas práticas que simularam ações reais foram montadas para que os alunos pudessem vivenciar situações que os policiais encontram em serviço.
“Cada aluno realizou cerca de 600 disparos, o que demonstra um grande investimento por parte da Secretaria de Segurança Pública na capacitação do policial que vai assumir o seu serviço na fronteira”.