O principal suspeito de atear fogo em uma mulher identificada apenas como “Neuza”, em maio deste ano, na praça da Bíblia, vai a Cuiabá, no próximo dia 23, e será submetido a perícia médica. O objetivo é apurar, conforme pedido da juíza da 1ª Vara Criminal, Rosângela Zacarkim, se ele era, na época do assassinato, “inteiramente incapaz de entender o caráter criminoso do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento”. Também avaliará se o réu é usuário de medicamentos psicotrópicos ou portador de alguma doença mental.
O laudo da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) ainda responderá outros questionamentos da magistrada. Após a divulgação do documento, as partes envolvidas terão cinco dias para se manifestar. Até lá, a ação penal que investiga o assassinato segue suspensa, conforme determinação de Rosângela.
O pedido para instauração de incidente de insanidade mental foi feito pela defesa do réu. O advogado alegou que o suspeito é “usuário voraz de entorpecente, tendo desenvolvido problemas mentais em decorrência do uso contínuo de drogas, devendo ser recolhido em estabelecimento adequado para portadores de deficiência ou transtornos mentais ou, ainda, ser deferida a revogação da prisão com a finalidade de comparecer a tratamento ambulatorial”.
Conforme Só Notícias já informou, de acordo com a denúncia do Ministério Público Estadual, a vítima foi esfaqueada e, em seguida, queimada ainda viva. Pela denúncia, cada um dos acusados pegou uma faca e passou a golpear a mulher, que caiu. Em seguida, os suspeitos jogaram álcool nela “ainda com vida” e atearam fogo. Também teriam colocado um tronco de árvore sobre o corpo, com o objetivo de impedir que a mulher “se debatesse”, o que causou um “esmagamento na face”. A dinâmica do crime foi confirmada pelo exame feito pela Politec no local.
Rosângela recebeu a denúncia do Ministério Público e decretou a prisão preventiva dos suspeitos. Ambos respondem por homicídio, cometido por motivo fútil, meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima. Também foram denunciados por tentar destruir o cadáver.
Um dos suspeitos, que tem 40 anos, foi preso no município de Cláudia (90 km de Sinop), dias após o crime, em trabalho conjunto entre a Polícia Civil local e o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Sinop. Um primeiro acusado, 26 anos, foi preso no dia 1º de junho, por policiais civis. Ele estava com alguns andarilhos em uma casa, localizada na avenida das Palmeiras, no Setor Industrial Sul. Ao ser preso, confessou o crime, mas relatou que estava sendo ameaçado pela vítima e outro andarilho. Afirmou ainda que desferiu alguns golpes de faca na mulher e, em seguida, ateou fogo no corpo.