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Mulheres conquistam mais espaço exercendo funções de comando na PM em Mato Grosso

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Desde 2013, a Polícia Militar de Mato Grosso celebra, em 20 de outubro, o ‘Dia da Mulher Policial Militar’, instituído pela Lei Estadual nº 9.964/13. Em 30 anos de inclusão às fileiras da Polícia Militar (a primeira turma feminina ocorreu em 1983), a mulher foi conquistando espaço dentro da instituição, deixando de ocupar somente funções administrativas e lidar basicamente com assuntos relacionados à criança e ao idoso.

A atuação passou a ser nas ruas, no enfrentamento à criminalidade e ocupação de postos e funções de comando por todo o estado. Exemplos disso são a tenente-coronel Grasielle Bugalho, a frente do 9º Batalhão de Polícia Militar (BPM), da tenente-coronel Francyanne Siqueira Chaves, comandante do Batalhão de Trânsito Urbano e Rodoviário (BPMTran), da major Susane Tamanho, que comanda a Força Tática de Várzea Grande, e da coronel Ridalva Reis de Souza, que comandou a regional de Peixoto de Azevedo.

Recém-promovida ao posto de coronel, Adriana de Souza Metelo, que assume na próxima semana a Diretoria de Ensino, Instrução e Pesquisa (Deip), conta que essas funções ocupadas por essas mulheres são reflexos dos objetivos, lutas e conquistas de muitas outras que tiveram que lidar com os diversos obstáculos enfrentados na década de 80. Ela cita, por exemplo, a coronel Lilian Tereza Vieira e a coronel Zózima Dias dos Santos, ambas já aposentadas.

São mulheres que enfrentaram o preconceito, a desconfiança, o machismo e, por meio de muitas provações, mostraram ser capazes, ao conquistar o respeito, a confiança e a admiração dos demais profissionais atuantes na instituição.

Aluna da turma ‘Marechal Rondon’, intitulada como ‘Pioneira’, por ter sido a primeira do Curso de Formação de Oficiais (CFO) desenvolvido pela PM-MT, por meio da Academia de Polícia Militar Costa Verde (APMCV), a coronel Adriana reitera que “se não fosse a persistência e o compromisso das antecessoras em transformar a realidade vivida por elas naquele momento, o ambiente profissional atual para as mulheres que compõem o efetivo policial militar do Estado seria outro”.

“Já houve imposição para cortar o cabelo das policiais bem curtinho, elas tinham que usar a farda e coturno masculinos, pois não tinham um fardamento apropriado para as medidas femininas, fora os olhares desconfiados dos demais policiais. Ninguém acreditava na capacidade da mulher. E hoje, com nosso olhar mais diferenciado, meticuloso e instintivo, conseguimos auxiliar em importantes decisões do comando e que afetam a tropa”, diz Adriana Metelo.

O comandante geral da PM, coronel Gley Alves, destaca a capacidade que as mulheres têm em conciliar, diariamente, diversas tarefas. No caso da policial, são inúmeras missões. “A mulher tem a nobre capacidade de ser filha, esposa, mãe, dona-de-casa e, muitas vezes, além disso, ainda ocupa o papel de pai, cuida de toda a família e consegue desempenhar um excelente resultado profissional”.

O coronel avalia ainda que o olhar diferenciado das mulheres é fundamental para o cumprimento das tarefas militares. “Sem dúvida, a presença da mulher, o olhar feminino só trouxe benefícios à instituição, pois elas têm a sábia capacidade de olhar para o todo, medir com mais precisão as consequências de cada ato e isso, em momentos de decisões, é bastante importante. Só tenho a agradecer o trabalho e dedicação de cada policial feminina atuante e também aquelas que já atuaram em nossa instituição. Mulheres que fizeram, fazem e que farão história dentro da nossa instituição”, acrescenta Gley Alves.

Recentemente, a PM realizou a formatura de dois cursos de ingresso na instituição: Curso de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (CFSD) e o Curso de Formação de Oficiais (CFO). Por meio deles, hoje, o efetivo feminino da PM é composto por 636 policiais, sendo 68 oficias e 571 praças.

Recém-formada, a soldado Janaína da Silva Zequim, de 22 anos, admira toda a transformação realizada por suas antecessoras, praças e oficiais, e acredita que ainda há muito mais a ser conquistado pelas mulheres junto à corporação. “A gente sempre ouviu muito sobre como eram as condições de trabalho e o cotidiano da mulher vivido naquele momento. Hoje, a gente consegue ver e entender o quanto avançou e o propósito é melhorar cada vez mais o serviço prestado à sociedade”, diz a recruta, que há três semanas atua na área operacional do 10º Batalhão de Polícia Militar.

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