Reduzir um dos principais gargalos de gastos públicos nos municípios. Este é o objetivo do projeto de melhoria dos controles internos realizado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) com foco no sistema de frotas. Ontem e hoje, controladores internos de prefeituras e câmaras participam das qualificações que subsidiarão futuras auditorias realizadas nos municípios. Nesta fase pioneira estão sendo revisados os materiais de auditoria para que em janeiro de 2017 as equipes do TCE de Mato Grosso iniciem as vistorias nos sistemas de frotas.
Conforme explica o auditor público externo e facilitador do projeto, Gabriel Liberato, a qualificação abordará todas as minúcias relativas a este sistema, que impacta diretamente os cofres públicos. "Nós vamos passar pela identificação de todo o controle patrimonial, documentação dos veículos, contabilização. Também olharemos os serviços de manutenção. Queremos entender a realidade e formar o controlador interno para que seja diagnosticado qual o nível dos municípios e o remédio para solucionar os eventuais problemas".
Em casos de sucesso, com o fortalecimento do controle interno, já foram evitados gastos no montante de R$ 10 milhões. "Com esse projeto vamos elevar o nível técnico nos municípios e gerar economia ao erário", completou o auditor.
A escolha pelo sistema de frotas se deu após a auditoria de medicamentos realizada ao longo de 2015, aguardando deliberação plenária, e a auditoria na merenda escolar, que ainda está sendo implementada pelos auditores do TCE nas escolas públicas.
Para o auditor de Nova Canaã do Norte, Maycon Monteiro, trabalhar o sistema de frotas é fundamental para a qualidade dos serviços desempenhados pela controladoria interna no município. "É muito gratificante participar desta qualificação. Nova Canaã do Norte foi o primeiro município a instalar o sistema de frotas do Estado. A estrutura das frotas é enorme dentro do município, portanto representará uma particularidade significativa do erário", afirmou.
Segundo ele, percorrer os aproximados 1.000 Km que separam o município da capital em prol de qualificação vale a pena, uma vez que o TCE de Mato Grosso "está conectado com as leis federais e repassa este conhecimento aos fiscalizados". E conclui: "a gestão de frotas é um gargalo na administração pública e tem que ser amarrado para não haver desperdícios e perda de qualidade dos serviços".