Os trabalhadores técnico-administrativos da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) aprovaram parar suas atividades, nesta quinta-feira (22). Eles devem participar de um ato na praça Ipiranga, na capital, às 16h, contra as propostas defendidas pelo governo federal que resultam no congelamento do orçamento público, especialmente os recursos destinados a saúde e a educação. A paralisação é de 24 horas e foi definida durante assembleia geral da categoria realizada hoje.
“O Congresso Nacional está com uma pauta bomba contra os trabalhadores. Temos um Governo que ventila permitir jornadas de trabalho de 12 horas diárias, que prepara uma reforma da previdência que amplia a idade mínima para aposentadoria, aumenta a contribuição do trabalhador, cria fundos onde o servidor não sabe quanto vai receber na sua aposentadoria. O Governo quer congelar o orçamento por 20 anos de pastas como a saúde e a educação. Chega! Não dá pra aceitar tantos ataques”, destacou a coordenadora geral do Sindicato dos Trabalhadores da UFMT, Leia de Souza Oliveira.
Além da paralisação desta quinta-feira, foi aprovada uma segunda paralisação, para o dia 29. “A tendência é ampliar os atos e paralisações. Na última semana estivemos reunidos com representantes de várias carreiras do funcionalismo público federal, e é consenso a necessidade de lutar contra a retirada dos direitos trabalhistas. Este Governo não representa vontade da população”.
A proposta de congelamento do orçamento não atinge áreas como o pagamento da dívida pública, ou seja, o dinheiro repassado aos bancos e fundos de investimento. Em manifesto assinado pela direção do sindicato, os trabalhadores apontam a urgência de uma auditoria dessa dívida pública, já que em países como Grécia e Equador, onde esta auditoria foi realizada, foi constatado uma série de pagamentos feitos de forma irregular, cálculos imprecisos e consequente desvio de recursos públicos.
Outra solução apontada pelos trabalhadores é o Imposto Sobre as Grandes Fortunas, que está previsto na Constituição Federal de 1988, e nunca foi implementado pelo governo federal.