Um dos acusados de matar, a tiros, em agosto do ano passado, o segurança Clair Vieira Grando (foto), 37 anos, supostamente para roubar um malote com R$ 30 mil, em dinheiro, vai continuar preso na penitenciária de Sinop. Em pedido de relaxamento da prisão preventiva, a defesa do acusado argumentou esgotamento no prazo previsto para formação da culpa, sem que a instrução processual tenha se encerrado.
A juíza Marina Carlos França, da 5ª Vara, no entanto, não acatou as justificativas. Para ela, “não subsistem elementos de convicção que detenham a capacidade de demonstrar que os motivos, que lastrearam a decretação da prisão cautelar, tenham sido superados por ulteriores modificações no contexto fático estabelecido”.
Segundo Marina, os delitos supostamente cometidos pelo réu são “extremamente graves” e teriam sido praticados “mediante emprego de intensa violência (reiteração de diversos disparos de arma de fogo) e concurso de agentes (menores de idade), em circunstâncias que dificultaram a defesa da vítima. Ademais, teria também contribuído materialmente para que o comércio de substâncias entorpecentes se implementasse no plano dos fatos”.
Conforme Só Notícias já informou, o crime ocorreu quando Clair saía de uma imobiliária com um malote e seguia em direção a um banco, nas proximidades. Os dois suspeitos já estariam aguardando a passagem da vítima pela praça da Juventude, no centro. Um armado teria o abordado, enquanto o outro seguia em direção a uma motocicleta. Mesmo sem esboçar reação, um dos acusados disparou pelo menos quatro vezes contra a vítima. Clair foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu pouco antes de dar entrada no Hospital Regional.
Os dois suspeitos foram presos pouco tempo depois em um hotel, também no centro. De acordo com o delegado Pablo Borges Rigo, que conduziu as investigações, os jovens foram identificados com auxílio das imagens das câmeras de segurança dos locais próximos de onde Clair foi executado. “São figuras conhecidas da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Sinop e já praticaram mais de dez assaltos. Aqui em Sorriso eles são suspeitos de assaltos, um deles na rodoviária. São os principais suspeitos da prática do latrocínio", disse, na oportunidade, o delegado Pablo Borges Rigo.
Outras quatro pessoas foram presas posteriormente acusadas de envolvimento no crime. O processo criminal tramita na 5ª Vara Criminal da Comarca de Sorriso.