A dona de casa Maria José Quintino, 63 anos, não sabia que mulheres tinham o mesmo direito que homens. “A gente vive na roça e tem pouca informação, eu vejo televisão quando vou arrumar a casa da minha patroa, mas eu não sabia que tinha direito não, achava que isso era história, até que minha sobrinha me trouxe aqui”, disse a cidadã de Barra do Bugres, durante a 1ª edição da Caravana da Transformação. Maria disse que foi ao evento para tirar seu RG e CPF, para “virar gente” sorriu. Ao saber que podia acessar mais serviços, como os ofertados pela Superintendência de Políticas para as Mulheres da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), ficou ainda mais contente.
“É muito bom ter um governo que ajuda a gente, porque a gente precisa mesmo sabe, vive no campo, não tem muita coisa, tudo é um pouco longe, aí vem esse mundo de trabalhador e faz um monte de coisa, coisa que é pra ajudar a gente mesmo”, disse a dona de casa. “Eu vou procurar saber mais sobre meus direitos sim, até pra passar isso adiante, para minhas filhas e sobrinhas”, falou Maria Quintino, que só fez uma ressalva: “não quero tirar foto porque tenho vergonha, não vim embelezada para fazer pose”.
A superintendente de Políticas para Mulheres, Izabel Silveira, explica que o órgão é responsável por criar, promover e acompanhar projetos voltados para a formação e qualificação profissional das mulheres, além de oferecer espaços para debates de temas em prol da defesa das mulheres. “Aqui nós estamos divulgando informações, auxiliando as mulheres como procurar seus direitos, quais os órgãos de assistência, a quem recorrer para garantir seus direitos”, explicou a superintendente.
Trabalho semelhante é oferecido pelo Centro de Referência em Direitos Humanos (CRDH), órgão que tem como função possibilitar o acesso da população de baixa renda a serviços essenciais como, por exemplo, assistência jurídica e documentação civil básica. Por meio do Centro, a Sejudh trabalha pela interrupção do ciclo de violência que ocorre dentro das casas, violência que tem a mulher como principal vítima.
“O homem ainda entende a mulher como sua propriedade, e muitas vezes não entende que bater na mulher é um crime, e é nosso dever levar esta informação a todos os lugares, para todas as mulheres, homens e familiares”, concluiu Izabel Silveira.