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Arquivo Público guarda registros das maiores ondas de frio no Estado

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Para quem estranhou as temperaturas mais baixas já no mês de maio e a constância do frio em junho, é bom se acostumar, pois nos próximos dois meses existe a possibilidade de ondas de frio maior que as registradas nos últimos anos em Mato Grosso. Segundo os meteorologistas, essas mudanças estão sendo ocasionadas pela transição do fenômeno El Niño para La Niña. Ambos interferem nos termômetros de diversos países, mas nada tão preocupante em vista de outros invernos.

A Superintendência de Arquivo Público, ligada à Secretaria de Estado de Gestão (Seges), mantém preservados os registros históricos dos dias mais frios ocorridos no estado.

Um desses registros conta como uma forte geada, ocorrida em julho de 1975, atingiu todo o território de Mato Grosso, incluindo também a área atual de Mato Grosso do Sul, pois a divisão do Estado aconteceu posteriormente, em 11 de outubro de 1977. As cidades mais atingidas foram Alto Garças e Alto Araguaia, no sudeste do estado.

O jornal O Estado de Mato Grosso de 18 de julho de 1975, alertava os cuiabanos sobre a frente fria que baixou a temperatura na capital para 10 graus e teve a marcação no filete de mercúrio do termômetro localizado no Palácio Paiaguás, de 5 graus. A cidade de Chapada dos Guimarães ficou encoberta de neblina e alcançou a mínima de 2 graus.

A geada trouxe consequências negativas para a região. O mesmo jornal noticiou em 23 de julho a visita do então ministro da Agricultura, Alyson Paulinell,  nas áreas afetadas pela massa de ar frio. O ministro informou ao presidente da República, na época o general Ernesto Geisel, sobre a crise ocasionada pelo fenômeno climático. Pecuária, cafeicultura e a produção de trigo foram prejudicadas e muitas lavouras tiveram perda total.

O Estado de Mato Grosso, de 4 de agosto de 1955, falou sobre a onda de frio que chegou no país em 26 de julho daquele ano. O jornal não divulgou o grau de temperatura, mas indicou que foi o inverno de maior amplitude já observada. Uma nova massa de ar que se formava na Antártida iria se espalhar nos dias seguintes atingindo os estados de Mato Grosso e Goiás. Nessa época, pessoas morreram no estado de São Paulo devido à baixa temperatura.

Alvarus de Oliveira, cronista do Diário de Metrópole, em 10 de agosto avaliava o interesse da Rússia e Estados Unidos em lançar satélites artificiais no espaço (o primeiro a entrar em órbita foi Sputnik, lançado pelos russos em outubro de 1957). O autor questionava se as mudanças climáticas ocorridas na época não seriam resultado das inovações científicas como a bomba de hidrogênio e o lançamento de satélites. 

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